
Admissão da Google sobre o declínio da pesquisa em acesso aberto



Num documento judicial relacionado com um processo de monopólio, a Google admitiu que “a web aberta já está em rápido declínio”.
Esta declaração representa uma inversão face à sua posição defendida nos últimos meses, na qual negava a queda do tráfego e argumentava que as ferramentas de IA, na verdade, impulsionavam o tráfego online de qualidade. A admissão surge em resposta a uma recomendação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos para que a empresa venda parte do seu negócio de tecnologia de publicidade devido a um suposto monopólio. A Google argumenta que tal medida iria “acelerar essa queda, prejudicando os editores que atualmente dependem das receitas de publicidade gráfica em web aberta”. Um dos artigos menciona que os jornais chegam a perder quase 50% das visitas devido à Vista Geral de IA. Anteriormente, em agosto, a gigante tecnológica tinha respondido a relatórios sobre a queda de tráfego, garantindo, sem partilhar dados, que o volume total de cliques orgânicos se tinha mantido estável em termos homólogos e que os “cliques de qualidade” — nos quais os utilizadores permanecem mais tempo nas páginas — tinham aumentado. A causa apontada para esta quebra na interação é a implementação de novas funcionalidades de IA no motor de busca, como os resumos gerados por IA no topo dos resultados e o “AI Mode”.
Ao fornecerem respostas rápidas e diretas, estas ferramentas diminuem a necessidade de os utilizadores acederem aos websites originais para obterem a informação que procuram.
Um relatório recente do Pew Research Center, que analisou dados de 900 adultos americanos, concluiu que 58% dos inquiridos já realizaram pelo menos uma pesquisa que resultou num resumo gerado por IA, demonstrando a crescente adoção desta tecnologia.
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