A Bula na Ponta dos Dedos: Parceria entre Google e GS1 Digitaliza Informação de Medicamentos

A Google e a GS1, organização responsável por padrões como o código de barras, uniram-se para permitir o acesso a informações cruciais sobre medicamentos através da câmara do telemóvel, um passo que visa aumentar a segurança e a acessibilidade no setor da saúde.

Uma colaboração entre a Google e a GS1, a organização global responsável por padrões como o código de barras, vai revolucionar o acesso a informação sobre medicamentos. A parceria permite que a aplicação Google Lens, presente em smartphones, leia os códigos GS1 Data Matrix que já se encontram em milhões de embalagens de medicamentos, dando a doentes, cuidadores e profissionais de saúde acesso instantâneo a dados fidedignos sobre os produtos, incluindo os folhetos informativos eletrónicos (ePILs). Esta funcionalidade, já ativa em dispositivos Android e com chegada prevista para iOS, representa, segundo Renaud de Barbuat, Presidente e CEO da GS1, “um marco na ligação entre os mundos físico e digital da saúde”.

O objetivo é promover a transparência no setor e capacitar os utilizadores para tomarem decisões mais seguras e informadas.

Paulo Gomes, Diretor-Geral da GS1 Portugal, enquadra a iniciativa nos 40 anos de trabalho da organização para tornar as cadeias de valor mais seguras, afirmando que este é um “passo assinalável para levar essa segurança diretamente aos cidadãos”. O código GS1 Data Matrix é já uma norma global consolidada para a identificação e rastreabilidade de medicamentos, sendo obrigatório em mais de 70 países. Atualmente, mais de 16 mil milhões de embalagens nos EUA e na União Europeia já incluem estes códigos, que contêm detalhes essenciais como o número de lote, a data de validade e identificadores únicos.

O sucesso e a abrangência da informação disponibilizada dependerão da adesão dos fabricantes da indústria farmacêutica, que são incentivados a colocar online os dados dos seus produtos.

Além de democratizar o acesso a dados de saúde credíveis, a iniciativa acarreta um significativo benefício ambiental. A transição para folhetos digitais poderá evitar o abate de milhões de árvores anualmente, estimando-se que, só nos Estados Unidos, os folhetos em papel sejam responsáveis pelo abate de cerca de 12 milhões de árvores.