
Google salva-se da divisão e vai poder manter Chrome



O juiz Amit Mehta, do Tribunal Distrital dos Estados Unidos em Washington, D.C., proferiu a sua sentença final no processo 'antitrust' movido há quase cinco anos pelo Departamento de Justiça dos EUA contra a Google.
A decisão evitou o desfecho mais temido pela empresa: a venda forçada do seu popular navegador Chrome e do sistema operativo Android.
O juiz considerou que este pedido do governo era uma medida excessiva, poupando a gigante tecnológica a uma reestruturação drástica.
Esta sentença surge após uma decisão anterior, em 2023, na qual o mesmo juiz já havia concluído que a Google violou as leis 'antitrust' ao manter um monopólio ilegal no setor das pesquisas na internet.
Apesar de sair vitoriosa neste ponto crucial, a Google não escapou a novas limitações.
O tribunal ordenou que a empresa partilhe os dados armazenados a partir das suas consultas de pesquisa com os concorrentes, numa tentativa de aumentar a competição no mercado. Adicionalmente, a Google foi proibida de celebrar contratos de exclusividade para o seu motor de busca. Contudo, o juiz Mehta não proibiu os acordos multibilionários, que ascendem a mais de 26 mil milhões de dólares anuais, que a empresa mantém para garantir que o seu motor de pesquisa seja o padrão em dispositivos de terceiros, como os da Apple.
O magistrado argumentou que a sua interrupção causaria "danos substanciais" aos parceiros e consumidores.
A Alphabet, empresa-mãe da Google, reagiu à decisão manifestando satisfação por não ter de alienar os seus ativos essenciais, mas também preocupação sobre como as novas exigências de partilha de dados poderão afetar a privacidade dos utilizadores.
A empresa destacou que o panorama competitivo mudou significativamente com o advento da inteligência artificial (IA), que oferece mais formas de encontrar informação.
O próprio juiz reconheceu esta mudança, afirmando que tecnologias como o ChatGPT "podem mudar o jogo".
A decisão teve um impacto positivo imediato no mercado, com as ações da Alphabet a registarem uma subida superior a 6%.
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