Confronto e Consenso: A Independência Presidencial no Centro do Debate entre Gouveia e Melo e Cotrim de Figueiredo



Henrique Gouveia e Melo e João Cotrim de Figueiredo protagonizaram o segundo de 28 debates rumo às eleições presidenciais de 18 de janeiro de 2026. O frente a frente, transmitido na RTP e moderado pelo jornalista Vítor Gonçalves, teve como principal ponto de discórdia o conceito de independência que um futuro Presidente da República deve garantir.
O desacordo tornou-se evidente quando o almirante Gouveia e Melo defendeu o caráter suprapartidário da sua candidatura como uma vantagem, acusando o seu adversário de pretender levar "conceitos ideológicos" para Belém e afirmando que, por isso, "não vai conseguir ser independente".
Em resposta, João Cotrim de Figueiredo, antigo líder da Iniciativa Liberal, argumentou que pertencer a um partido não constitui um "cadastro".
O eurodeputado liberal contrapôs ainda que se considera superior ao espaço político do seu partido e classificou a acusação de Gouveia e Melo como uma das "maiores mentiras" ditas sobre si.
Apesar do confronto sobre a independência, os dois candidatos estiveram em sintonia em várias outras matérias.
Ambos defenderam a necessidade de uma reforma no sistema de justiça e exigiram explicações rápidas da Procuradoria-Geral da República sobre a notícia de que o ex-primeiro-ministro António Costa teria sido alvo de escutas. A convergência estendeu-se à legislação laboral, com ambos a concordarem na necessidade de a flexibilizar, embora Gouveia e Melo tenha ressalvado a importância de salvaguardar os direitos dos trabalhadores.
No que toca à privatização da TAP, defendida por Cotrim de Figueiredo, o antigo coordenador do processo de vacinação contra a covid-19 admitiu essa possibilidade, desde que fiquem assegurados os interesses estratégicos nacionais.















