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EUA alteram recomendação da vacina contra o sarampo

Uma comissão de especialistas nomeada pelo governo dos Estados Unidos decidiu deixar de recomendar a vacina combinada contra o sarampo para crianças menores de quatro anos, uma medida que surge no meio da pior epidemia da doença no país em mais de 30 anos.
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O Comité Consultivo sobre Práticas de Imunização (ACIP) dos Estados Unidos, nomeado pelo secretário para a Saúde, Robert Kennedy Jr., uma figura proeminente do movimento antivacinas, anunciou na quinta-feira que deixa de recomendar a vacina combinada contra o sarampo, papeira, rubéola e varicela para crianças com menos de quatro anos. A justificação apresentada pelo comité para esta alteração prende-se com o risco de efeitos secundários "mínimos e inofensivos" associados à vacina. Em alternativa, a imunização para esta faixa etária passará a ser feita através de duas injeções distintas: uma para o sarampo, papeira e rubéola (VASPR) e outra para a varicela. A decisão gerou críticas por parte de vários especialistas, que a consideram uma "estratégia para assustar os pais" e uma forma de complicar desnecessariamente o acesso à vacinação.

A epidemiologista Syra Madad e o especialista em doenças infecciosas pediátricas Sean O’Leary alertaram que qualquer mudança deveria fortalecer o sistema de saúde infantil, e não enfraquecê-lo. Wilbur Chen, outro perito em doenças infecciosas, acusou o comité de não ter intenção de debater com base em ciência sólida, mas sim de repetir "informações falsas e falsificadas". Esta medida surge num momento crítico para os EUA, que em 2025 enfrentam a pior epidemia de sarampo em mais de três décadas, já com um registo de três mortes, incluindo duas crianças. A situação é atribuída ao declínio das taxas de vacinação desde a pandemia de covid-19. A nível nacional, a proporção de crianças em idade pré-escolar vacinadas contra o sarampo caiu de 95% em 2019 para 92,5% em 2024, com estados como o Idaho a registar taxas inferiores a 80%, muito abaixo dos 95% recomendados para garantir a imunidade de grupo.

Uma sondagem do The Washington Post e da KFF revelou que, embora a maioria dos pais apoie a vacinação, um em cada seis adia ou evita as vacinas por desconfiança.

O comité, liderado pelo bioestatístico Martin Kulldorff, que se defende afirmando ser "pró-vacina", planeia reavaliar outras imunizações, incluindo a da hepatite B para recém-nascidos, as vacinas contra a covid-19 e as recomendadas para grávidas.

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