
Governo espanhol propõe incluir o direito ao aborto na Constituição



O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou que o executivo vai apresentar ao parlamento uma proposta para incluir o direito à interrupção voluntária da gravidez (IVG) na Constituição do país. Adicionalmente, Sánchez prometeu uma revisão da lei do aborto para “impedir que se dê informação enganosa ou que contraria a ciência”. Esta decisão governamental foi uma reação direta à aprovação, na assembleia municipal de Madrid, de uma proposta do partido de extrema-direita Vox, que contou com o apoio do Partido Popular (PP). A proposta estabelecia que os profissionais de saúde deveriam informar as mulheres que pretendem abortar sobre um suposto “síndrome pós-aborto”.
Segundo o Vox, esta condição inexistente poderia levar ao consumo de drogas e álcool, a pensamentos suicidas e a um “aumento de cancros no aparelho reprodutor feminino”.
O texto afirmava ainda que a IVG é “um grande negócio para a ideologia que o apoia e promove: o feminismo”.
Posteriormente, o presidente da câmara de Madrid, José Luis Martínez-Almeida (PP), reconheceu que o “síndrome pós-aborto” não tem validação científica e garantiu que os profissionais de saúde não seriam obrigados a referi-lo.
Contudo, a direção nacional do PP tinha inicialmente apoiado a autarquia, defendendo que “a informação nunca é um problema”.
Perante a polémica, Pedro Sánchez acusou o PP de se “fundir com a extrema-direita” à custa dos direitos das mulheres.
O PP já anunciou que não apoiará a alteração constitucional, o que inviabiliza a sua aprovação devido à maioria qualificada necessária.
O partido da oposição acusou Sánchez de usar o tema como uma “cortina de fumo” para desviar as atenções de polémicas de corrupção que envolvem o governo.
Atualmente, a França é o único país que reconhece explicitamente o direito à IVG na sua Constituição.
A lei espanhola em vigor, de 2010, permite o aborto livre até às 14 semanas de gestação.
Artigos
6





Mundo
Ver mais
Os hospitais da Faixa de Gaza registaram, pelo menos, 29 mortes até às 14h00 (hora local, menos duas em Lisboa) de hoje, após ataques de Israel, quando decorrem as negociações para implementar o plano de paz.

Paulo Rangel sublinha ainda que este acordo é uma oportunidade para Portugal estar envolvido no cumprimento do acordo.

Um alto funcionário do Hamas garantiu que o grupo aceitou partes do plano de Trump, mas recusa que Gaza seja administrada por forças estrangeiras. Numa entrevista a um canal televisivo local, no Qatar, Osama Hamdan assumiu ainda estarem prontos para começar negociações diretas e libertas os reféns israelitas.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros italiano apresentou uma atualização sobre a situação de detenção dos membros da tripulação ativista da Flotilha Global Sumud. A Farnesina apelou à ação de Israel. Ativistas da Polónia e de Portugal também falam de situação difícil.