Taxa sobre Lucros Excessivos: Oito Milhões de Euros sem Destino por Falta de Despacho Governamental



A contribuição de solidariedade temporária sobre os lucros excessivos, aplicada aos setores da distribuição alimentar e da energia em 2022 e 2023, resultou na arrecadação de apenas oito milhões de euros provenientes dos supermercados. Este montante, dividido em cinco milhões de euros cobrados em 2023 e três milhões em 2024, ficou muito distante da estimativa inicial do Governo de António Costa, que apontava para uma receita entre 50 e 100 milhões de euros.
O valor permanece sem qualquer utilização, aguardando uma decisão governamental.
O alerta para a situação foi dado pelo Tribunal de Contas (TdC) no seu parecer à Conta Geral do Estado de 2024.
O TdC sublinhou que a ausência de um despacho conjunto dos ministérios das Finanças e da Economia impede a afetação da receita aos seus beneficiários finais. Esta falta de regulamentação, segundo o tribunal, compromete os objetivos que estiveram na base da criação do imposto, que visava apoiar as famílias mais vulneráveis no contexto de elevada inflação. A medida, que foi contestada desde o início pelas grandes cadeias de distribuição, consistia num imposto adicional de 33% sobre os lucros tributáveis que registassem um aumento superior a 20% face à média dos quatro anos anteriores.
Embora a sua aplicação ao setor energético fosse uma obrigação decorrente de uma decisão europeia, o Governo português decidiu estendê-la ao retalho alimentar, isentando apenas as micro e pequenas empresas.
O diploma original previa que os fundos arrecadados pudessem ser canalizados para quatro finalidades: apoio a instituições de distribuição de alimentos, reforço da política de defesa do consumidor, ajuda a micro e pequenas empresas afetadas pela inflação ou apoio à formação profissional nestas mesmas empresas. Entre as empresas contribuintes, a Sonae MC, proprietária do Continente, foi a única a divulgar o valor total pago, que ascendeu a 1,3 milhões de euros.
A Jerónimo Martins, dona do Pingo Doce, pagou 700 mil euros relativos a 2022, mas anunciou a intenção de contestar a liquidação.
No setor energético, a Galp foi a principal visada, embora não tenha revelado o montante pago.
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