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IA na Comunicação em Portugal: Adoção Rápida Expõe Falhas na Formação e Estratégia

A Inteligência Artificial está a ser rapidamente adotada pelos profissionais de comunicação e jornalismo em Portugal, mas a falta de formação e de políticas internas revela um setor pouco preparado para os desafios éticos e operacionais da nova tecnologia.
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Estudos recentes revelam um desfasamento significativo entre a utilização crescente da Inteligência Artificial (IA) no setor da comunicação em Portugal e a preparação dos seus profissionais. Uma investigação da NOVA FCSH, apresentada no "Livro Branco sobre Inteligência Artificial aplicada ao Jornalismo", indica que 83,8% dos jornalistas portugueses nunca receberam formação em IA e 64% trabalham em redações sem qualquer código de conduta para a sua utilização.

De forma semelhante, um estudo do ICNOVA com profissionais de comunicação e relações públicas mostra que, embora quase metade utilize IA diariamente, cerca de 50% nunca teve formação e apenas 30% das suas organizações têm diretrizes formais.

A utilização é predominantemente tática, focada em tarefas como traduções, transcrições e pesquisa, subaproveitando o potencial estratégico da tecnologia.

Esta falta de preparação levanta sérias preocupações éticas e operacionais.

A maioria dos profissionais teme um impacto negativo na disseminação de desinformação, com 64,4% dos jornalistas a partilharem desta visão. Questões como o rigor dos factos, o plágio e a responsabilidade profissional são apontadas como críticas por 92% dos comunicadores.

A ansiedade estende-se ao mercado de trabalho, com quase metade dos profissionais a temer a substituição por entidades mais capacitadas tecnologicamente.

A eleição do termo "slop" (conteúdo de baixa qualidade gerado por IA) como palavra do ano pelo dicionário Merriam-Webster reflete a preocupação global com a degradação da informação. Além disso, um estudo da LLYC demonstra que os sistemas de IA podem criar desigualdades no acesso à informação, fornecendo respostas de menor qualidade a doentes e meios de comunicação em comparação com profissionais de saúde, e variando a qualidade da informação com base na localização geográfica do utilizador. Em resposta a este cenário, o "Livro Branco" propõe dez medidas, incluindo a criação de um quadro nacional de recomendações, a revisão do Código do Direito de Autor e um programa nacional de formação liderado pelo Cenjor. O Governo português já sinalizou a intenção de agir, com o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, a anunciar a previsão de verbas no próximo Orçamento do Estado, com o apoio de fundos europeus, para a formação de jornalistas em IA.

O governante defendeu ainda que o combate à desinformação deve ser uma missão do serviço público de media, envolvendo não só a RTP mas também a agência Lusa.

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