
Inauguração parcial do Metro do Mondego gera controvérsia



O Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) iniciou a sua operação preliminar com autocarros elétricos articulados, mas apenas num troço urbano de cinco quilómetros em Coimbra, entre a Portagem e o Vale das Flores. Esta abertura parcial, que substitui parte do antigo ramal ferroviário da Lousã, desativado em 2010, gerou críticas imediatas por parte das comissões políticas do PS e das autarquias de liderança socialista de Miranda do Corvo e da Lousã. Os críticos exigem a abertura imediata do troço suburbano até Serpins, argumentando que as populações destes concelhos foram as mais prejudicadas com o encerramento da linha e continuam a aguardar por uma solução. A decisão de inaugurar apenas o percurso em Coimbra, cujo presidente da Câmara, José Manuel Silva, é recandidato com o apoio de uma coligação que inclui PSD e CDS-PP, foi interpretada como uma manobra relacionada com as eleições autárquicas de outubro, uma acusação que o Governo refuta.
Em resposta, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, negou qualquer motivação política, afirmando que a decisão foi puramente técnica.
O ministro explicou que o troço urbano de Coimbra estava concluído e com o certificado de segurança emitido, ao contrário do troço suburbano. Segundo o presidente da Metro Mondego, João Marrana, a secção até Serpins aguarda a certificação do sistema de sinalização, um processo mais complexo por se tratar de uma via única que exige um controlo rigoroso para garantir a circulação de apenas um veículo por secção. O Governo defendeu a opção de abrir a parte já pronta para benefício da população, em vez de esperar pela conclusão total do projeto.
A operação atual permite testar e afinar o sistema.
A previsão é que a ligação a Serpins esteja operacional até ao final do ano, enquanto a ligação à estação de Coimbra-B e a linha do hospital deverão estar a funcionar em 2026. O Governo expressou ainda o desejo de que o metrobus de Coimbra sirva de exemplo para outras cidades portuguesas. Foi constatado que, no troço inaugurado, alguns sistemas, como o de aproximação automática dos autocarros às estações, ainda não estão em funcionamento.
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