
Greve Nacional de Enfermeiros



A greve nacional convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), que decorre entre as 08:00 e a meia-noite, está a registar uma adesão significativa em todo o país.
Segundo os primeiros dados avançados pelo sindicato, a paralisação é de 100% no bloco operatório do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e nas consultas externas do Hospital de Viseu. No Hospital de Chaves, o serviço de Tomografia Axial Computorizada (TAC) está a assegurar apenas os casos de urgência.
A dirigente sindical Guadalupe Simões afirmou que o SEP espera uma adesão muito próxima dos 100% a nível nacional.
O principal motivo do protesto é a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) apresentada pelo Ministério da Saúde no final de julho. O SEP acusa a proposta de ter como únicos objetivos "poupar dinheiro à custa do trabalho dos enfermeiros, aumentando a exploração, e facilitar a entrega da gestão pública das Unidades Locais de Saúde às PPP". O sindicato exige que o Ministério da Saúde melhore a sua proposta e garante que apresentará contrapropostas com vista à valorização de todos os enfermeiros.
Para reforçar a sua posição, o SEP agendou uma concentração para as 11:00 em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa.
O sindicato sublinha que os problemas na organização dos horários de trabalho não se devem à falta de regulamentação, mas sim à "carência de enfermeiros". Esta situação, segundo o SEP, tem-se agravado pela ausência de medidas eficazes de contratação, atração e retenção de profissionais, num contexto de crescentes necessidades de cuidados de saúde por parte da população. Como consequência da greve, prevê-se o adiamento de consultas e cirurgias. Guadalupe Simões criticou as administrações hospitalares e o Ministério da Saúde por não terem reagendado os atos não urgentes, apesar de os pré-avisos de greve terem sido cumpridos, o que lhes daria tempo suficiente para contactar os utentes.
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