Guardas prisionais de Beja iniciam greve total por falta de segurança



Os guardas do Estabelecimento Prisional (EP) de Beja começaram uma greve total com uma adesão de 95%, segundo o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional. A paralisação, que se prolongará até 31 de janeiro, é uma resposta à “constante falta de segurança” e à “má gestão” da direção da instituição, que o sindicato alega estar “à deriva” e sem “uma visão macro de segurança”. O protesto intensifica-se após um período, iniciado a 1 de dezembro, em que os guardas se recusaram a fazer horas extraordinárias.
Segundo o presidente do sindicato, Frederico Morais, a greve continuará “até haver vontade de mudar”.
Já em outubro tinha ocorrido uma paralisação, que foi temporariamente suspensa para uma ronda de negociações com a direção, mas que não resultou num entendimento. Durante a greve, serão assegurados apenas os serviços mínimos, o que implica uma limitação severa nas atividades dos reclusos.
Estes terão acesso a higiene, saúde e alimentação, mas permanecerão fechados nas celas durante 22 horas por dia.
Atividades como o cante alentejano foram suspensas e as saídas do estabelecimento prisional só serão autorizadas em casos de risco de vida, para tratamentos de doenças como tuberculose, hepatite, sida ou covid, ou para apresentações em tribunal que impliquem alteração da medida de coação. Atualmente, o EP de Beja conta com 55 guardas prisionais para cerca de 200 reclusos. Frederico Morais argumenta que os reclusos devem ser reeducados através de “normas e regras”.
Nem a diretora do EP de Beja nem a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais comentaram a situação quando contactadas pela agência Lusa.










