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Greve nos aeroportos com impacto reduzido e sindicato vai para tribunal contra a Menzies

O setor da aviação em Portugal vive um período de contrastes, marcado simultaneamente por um forte investimento no cluster aeronáutico de Ponte de Sor e por uma prolongada greve no setor do ‘handling’ que afeta os principais aeroportos nacionais.
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O Aeródromo Municipal de Ponte de Sor prepara-se para acolher duas novas empresas de serviços para jatos privados, reforçando o seu cluster aeronáutico. A Gestavia, especializada em assistência em escala, e a MAC Aviation, dedicada à manutenção, solicitaram direito de superfície para a instalação de hangares. A Gestavia planeia construir um hangar de 2.000 metros quadrados, justificando o investimento com a falta de espaço em Lisboa e Cascais e as condições atrativas de Ponte de Sor. Por sua vez, a MAC Aviation investirá cinco milhões de euros num hangar de 4.000 metros para manutenção de jatos executivos, tendo já um contrato para 10 aviões Embraer 145. A operação deverá arrancar no verão de 2026.

Estas empresas juntam-se a outras já instaladas, como a Aeromec, a Avionicel, a Tekever e a Sevenair, num polo que já emprega 600 pessoas.

O crescimento do aeródromo alentejano é ainda impulsionado pelo licenciamento da fábrica de assemblagem do LUS-222, um avião ligeiro português. Este projeto, com um investimento total previsto de 220 milhões de euros (mais de 30 milhões só para a fábrica), deverá criar entre 150 a 300 postos de trabalho diretos. Recentemente, foi também inaugurado um hangar da LD Helmet, fabricante de capacetes para pilotos, num investimento de três milhões de euros. Em contraste com este dinamismo, o setor do ‘handling’ nos principais aeroportos enfrenta um longo período de contestação laboral.

Os trabalhadores da empresa Menzies iniciaram uma greve convocada pelos sindicatos SIMA e STA, que se estenderá de forma intermitente por 76 dias, entre setembro de 2025 e 2 de janeiro de 2026.

Segundo fontes sindicais, o impacto inicial da paralisação foi reduzido, sem cancelamentos, mas com atrasos registados nas chegadas.

O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) anunciou que irá avançar com um processo em tribunal contra a Menzies por alegado “incumprimento do salário mínimo nacional”. O sindicato critica também a decisão do Tribunal Arbitral sobre os serviços mínimos, considerando que estes são, na prática, “serviços máximos” que asseguram cerca de 80% da operação normal. A Menzies, por seu lado, comunicou ter um plano de contingência, saudou a definição dos serviços mínimos (que podem chegar a 100% nos voos domésticos) e reiterou o seu compromisso com o diálogo.

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