Adesão à vacinação contra a gripe aumenta em Portugal, mas revela disparidades

De acordo com os dados da primeira vaga do Vacinómetro, uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Pneumologia e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), 49,7% das pessoas com 85 ou mais anos já receberam a vacina contra a gripe. Este valor, apurado durante o primeiro mês da campanha de vacinação sazonal, que se iniciou a 23 de setembro, reflete um aumento transversal da cobertura vacinal na maioria dos grupos prioritários definidos pela Direção-Geral da Saúde (DGS) face ao ano anterior. A tendência de crescimento é visível noutros grupos etários e de risco. A vacinação abrangeu 39% das pessoas com 65 ou mais anos e 44,6% dos doentes crónicos, valores superiores aos 32% registados no mesmo período de 2024 para ambos os grupos. Também os profissionais de saúde com contacto direto com doentes (32,8%) e as pessoas entre os 60 e os 64 anos (16,1%) viram a sua taxa de cobertura aumentar. A única exceção a esta tendência são as grávidas, cuja taxa de vacinação desceu de 54,2% para 38,6%. Relativamente às crianças entre os 6 e os 24 meses, para as quais a vacinação passou a ser gratuita este ano, a adesão foi de 26,2%.

Um dado relevante é que 62% das pessoas vacinadas optaram pela administração simultânea com a vacina da covid-19.

A recomendação médica continua a ser o principal motivo para a vacinação, indicada por sete em cada dez inquiridos em situações de gravidez ou doença crónica.

Cerca de um quarto dos inquiridos vacinou-se por iniciativa própria, enquanto outros fatores incluem iniciativas laborais (14,6%) e notificações do Serviço Nacional de Saúde (9,4%).

A análise regional revela assimetrias na cobertura vacinal da população com mais de 65 anos.

O Alentejo (47,8%) e o Centro (44,9%) são as regiões com maior adesão.

Em contrapartida, a Região Autónoma da Madeira (23,8%) e o Algarve (14,8%) registaram uma diminuição na cobertura em comparação com o ano passado.

Nos Açores, apesar de a taxa ser baixa (17,1%), a cobertura mais do que duplicou face a outubro de 2024.