Projetos Hoteleiros do Grupo Hoti Bloqueados por Disputas Legais

O grupo Hoti Hotéis enfrenta impasses significativos em dois dos seus projetos de investimento em Portugal. Apesar de o seu plano de expansão geral, avaliado em cerca de 300 milhões de euros até 2028, estar a ser executado com a remodelação e abertura de outras unidades, os projetos no Largo do Rato, em Lisboa, e na praia de Monte Gordo, no Algarve, continuam parados há sete e oito anos, respetivamente, devido a processos judiciais e burocráticos. Em Lisboa, o projeto para um hotel no Largo do Rato viu as suas obras serem suspensas pelo Tribunal Administrativo de Lisboa. Segundo o administrador do grupo, Ricardo Gonçalves, a licença de construção foi paga e as obras iniciadas, mas em 2018 o Ministério Público moveu uma ação contra a autarquia de Lisboa, alegando um vício no processo de aprovação.

Sete anos depois, o processo aguarda ainda por julgamento.

No Algarve, a situação envolve o projeto do Hotel Melia Algarve.

O grupo venceu um concurso público internacional em 2016, promovido pela Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, e obteve pareceres favoráveis de todas as entidades competentes, incluindo a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Contudo, no início de 2017, a APA reverteu a sua decisão e retirou o parecer positivo, impedindo o licenciamento. Atualmente, decorre uma ação no Tribunal Administrativo de Loulé, movida pela autarquia contra a APA.

Ricardo Gonçalves lamenta a "falta de responsabilização" das entidades envolvidas e refere que o impasse em Monte Gordo, que já dura há dois mandatos autárquicos, causa prejuízos financeiros e um "problema de credibilidade" com o parceiro Melia Hotels International.

O grupo Hoti Hotéis já propôs à autarquia algarvia a análise de localizações alternativas, mas continua sem perspetivas para a concretização do investimento.

A agência Lusa contactou as autarquias e os tribunais envolvidos, mas aguarda respostas.