Recuperação da Teixeira Duarte Marcada pelo Regresso ao PSI e Novo Acionista

A construtora Teixeira Duarte regressa ao principal índice da bolsa de Lisboa, um marco que assinala a sua recuperação financeira após um período conturbado e que coincide com a entrada de um novo acionista de referência.

O regresso da Teixeira Duarte ao PSI, o principal índice da bolsa de Lisboa, foi recebido com “enorme orgulho e sentido de responsabilidade” pela administração, que o considera um sinal da recuperação da empresa após “anos desafiantes com transformações profundas”. Segundo o presidente do Conselho de Administração, Manuel Maria Teixeira Duarte, o grupo regressou à rentabilidade, reforçou a margem operacional e expandiu a sua carteira de encomendas.

Esta recuperação foi impulsionada por várias medidas, incluindo a reorganização e otimização de recursos, que resultaram numa maior eficiência operacional e na melhoria das margens. Um fator crucial foi o acordo de refinanciamento de 654,4 milhões de euros de dívida bancária junto do BCP, CGD e Novo Banco, que, segundo o gestor, foi “muito importante para a estabilidade financeira do grupo”. A empresa registou lucros de 42,4 milhões de euros no primeiro semestre, e a sua carteira de encomendas na construção atingiu os 1.630 milhões de euros em junho, um aumento de 5,9% face a dezembro de 2024. Desta carteira faz parte o projeto da alta velocidade, que deverá gerar cerca de 440 milhões de euros.

As ações da empresa valorizaram 291,14% nos primeiros seis meses do ano.

Nos últimos anos, a construtora enfrentou dificuldades, agravadas por problemas em mercados externos como a Venezuela, onde em 2021 perdeu a concessão do porto de La Guaira, e a Argélia, onde uma sentença judicial afetou a execução de empreitadas. Fundada em 1921 e ainda controlada pela família Teixeira Duarte, a empresa opera em 22 países com cerca de 9.500 colaboradores.

Recentemente, a sociedade Dualis Capital, dos empresários Eduardo Sardo e Gaspar da Silva, superou a participação de 10% no capital da Teixeira Duarte.

Embora se mostrem “confortáveis com a participação atual”, não excluem a possibilidade de novos reforços e admitem que a sua posição “exige uma maior aproximação à administração”, estando a analisar vários cenários, incluindo a eventual exigência de um lugar no conselho de administração.

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