
Guerra Cultural de Trump Contra a Europa



Um relatório conjunto do Conselho Europeu para as Relações Externas (ECFR) e da Fundação Cultural Europeia acusa o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tentar interferir diretamente na política europeia.
A estratégia visa promover agressivamente os aliados da direita populista, humilhar publicamente a União Europeia em fóruns internacionais e, em última análise, deslocar o centro ideológico do continente para a direita. O objetivo da administração norte-americana é transformar a relação transatlântica em torno de valores conservadores e unir os líderes populistas europeus em torno de temas como a liberdade de expressão. A análise, baseada em sondagens e investigação nos 27 Estados-membros, aponta que esta 'guerra cultural' foi 'declarada abertamente' em fevereiro de 2025, na Conferência de Segurança de Munique, quando JD Vance, um aliado de Trump, acusou a Europa de 'se afastar de valores fundamentais partilhados'. As táticas incluem a exclusão de líderes da UE de negociações sobre o futuro da Ucrânia, críticas a partidos tradicionais e o apoio explícito a candidatos populistas, como Karol Nawrocki na Polónia.
Em Portugal, o relatório destaca que o líder do Chega, André Ventura, 'imita o estilo combativo' de Trump.
Apesar da ofensiva, o estudo conclui que a UE dispõe de governos pró-europeus e de uma opinião pública favorável para 'escrever o seu próprio guião', numa analogia com o filme “The Truman Show”.
Dados do Eurobarómetro indicam que a confiança dos cidadãos na União atingiu o nível mais elevado desde 2007, com um crescimento do apoio a uma maior autonomia europeia em matéria de defesa e política externa.
A perceção crescente é que a Europa e os Estados Unidos representam 'dois modelos distintos de democracia'. Os autores do relatório defendem que os líderes europeus devem reconhecer que estão a ser alvo de uma guerra cultural e responder de forma firme, ainda que nem sempre confrontacional.
Pawel Zerka, investigador do ECFR, afirma que o essencial é 'usar as forças próprias da União para prosperar num sistema internacional desestabilizado pela Casa Branca'.
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