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Guterres alerta para "onda de misoginia" a espalhar-se pelo mundo

O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, alertou para uma crescente "onda de misoginia" a nível global, sublinhando que os progressos na igualdade de género estão a ser ameaçados e que nenhuma nação alcançou ainda a paridade total.
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Numa reunião de alto nível para assinalar o 30.º aniversário da Quarta Conferência Mundial sobre a Mulher, realizada em Pequim, o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que as conquistas na igualdade de género estão "sob ataque" devido a uma "onda de misoginia" que se espalha pelo mundo. Guterres avaliou o progresso desde a conferência de 1995 como "lento e desigual", frisando que "nenhuma nação" conseguiu alcançar a plena igualdade para mulheres e raparigas.

O líder da ONU identificou vários obstáculos, incluindo o atraso no cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número cinco, referente à igualdade de género.

Mencionou também que os conflitos e os desastres climáticos se multiplicam, vitimando os direitos humanos de mulheres e meninas.

Segundo Guterres, "barreiras culturais e estruturais permanecem enraizadas" e a tecnologia está a ser usada para "espalhar ódio como um vírus".

Defendeu que a igualdade de direitos e oportunidades não é uma questão partidária, mas sim um "imperativo global" e a base para a paz e a prosperidade.

António Guterres instou todos os líderes a apoiarem as mulheres e raparigas que, em todo o mundo, lutam pelos seus direitos e liberdades.

Recordou que os Estados-membros adotaram uma nova declaração política comprometendo-se a implementar a Declaração de Pequim de forma "rápida e integral", apelando a que todos os países assumam essa responsabilidade com "planos concretos, suportados por investimentos reais".

O Secretário-Geral foi claro ao afirmar que "a tradição não pode desculpar a opressão".

No que diz respeito à própria ONU, Guterres referiu que a organização alcançou a paridade de género nos cargos de alta liderança e continuará a trabalhar para a estender a toda a estrutura.

Contudo, em 80 anos de história, a ONU nunca foi liderada por uma mulher.

Com o fim do seu segundo mandato no final do próximo ano, existe uma forte pressão para que uma mulher o suceda, mas essa possibilidade parece estar a perder força, uma vez que a América Latina, região que deveria apresentar um candidato, não chegou a um consenso sobre um nome.

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