Quebra do Cessar-Fogo em Gaza

A frágil trégua entre Israel e o Hamas enfrenta um teste crítico após um ataque do grupo palestiniano em Rafah ter provocado uma retaliação militar israelita, colocando o acordo de cessar-fogo em risco de colapso.

O cessar-fogo em vigor na Faixa de Gaza foi quebrado este domingo, depois de o Hamas ter alegadamente lançado um míssil contra um carro de combate israelita em Rafah, no sul do enclave. Em resposta, as Forças de Defesa de Israel (IDF) realizaram ataques aéreos na mesma zona, aumentando os receios de uma retoma do conflito em larga escala.

A situação levou o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, a apelar ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para que ordene o recomeço dos combates "com toda a força" para destruir completamente o Hamas. Netanyahu prepara-se para uma reunião com o ministro da Defesa e o Chefe das IDF para decidir a resposta de Telavive.

Este desenvolvimento ocorreu poucas horas depois de os Estados Unidos terem alertado para "informações credíveis" que indicavam "uma violação iminente" do acordo por parte do Hamas, que planeava atacar civis palestinianos.

O Hamas rejeitou as alegações norte-americanas, classificando-as como "propaganda israelita".

Ambas as partes já se tinham acusado mutuamente de violações anteriores do cessar-fogo, que entrou em vigor a 10 de outubro, após quase dois anos de guerra.

A tensão é agravada pelo impasse na devolução dos corpos dos reféns, uma condição central do acordo mediado pelos EUA. Israel anunciou a identificação dos restos mortais de Ronen Engel, um dos dois reféns entregues no sábado pelo Hamas.

No entanto, Israel acusa o grupo de ainda reter vários corpos, violando os termos do acordo. Em consequência, Israel mantém a passagem de Rafah, crucial para a entrada de ajuda humanitária, encerrada até que todos os corpos sejam devolvidos. O Hamas alega que as dificuldades na recuperação dos corpos se devem à devastação causada pela guerra e à presença de engenhos explosivos, afirmando que o processo leva tempo.

A situação humanitária em Gaza permanece crítica, com a ajuda a entrar "a conta-gotas" e as Nações Unidas a apelarem à abertura de mais passagens. O acordo de cessar-fogo, que prevê a libertação de reféns, o desarmamento do Hamas e a reconstrução de Gaza, encontra-se agora numa fase de grande incerteza.

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