Ex-adjunto do Ministério da Justiça detido por abuso sexual de menores e pornografia infantil



Paulo Abreu dos Santos, advogado, professor assistente convidado da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e ex-adjunto da ministra da Justiça Catarina Sarmento e Castro, foi detido e colocado em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional da Carregueira. O arguido está indiciado por mais de 500 crimes de pornografia infantil e dois crimes de abuso sexual de crianças, tendo confessado às autoridades ter abusado de dois rapazes de 10 anos e filmado os atos. A investigação teve início após um alerta das autoridades norte-americanas (Homeland Security Investigation) à Polícia Judiciária (PJ) sobre a presença de números de telefone portugueses em 13 grupos fechados das aplicações Signal e Telegram, dedicados à partilha de pornografia infantil.
Um dos utilizadores, identificado como PABS, era Paulo Abreu dos Santos.
As autoridades suspeitam que alguns dos abusos possam ter ocorrido num terreiro de candomblé em Corroios, Seixal, que o arguido frequentava.
A PJ está a investigar esta casa de culto e já realizou buscas à sua residência e à sociedade de advogados onde trabalhava. Além dos abusos, o arguido é também suspeito de colocar câmaras ocultas em balneários e casas de banho públicas.
No seu círculo profissional e pessoal, as reações são de choque.
Na faculdade, era conhecido por se tratar a si mesmo por “paizinho” ou “paizão”.
No culto religioso, testemunhas descrevem-no como “malvado”, “sádico” e “descompensado”, que usava os seus cargos para intimidar os mais fracos.
O seu advogado, Marco Antão, renunciou à defesa alegando “objeção de consciência” devido à natureza dos crimes, deixando Paulo Abreu dos Santos sem representação legal.
O caso já motivou o partido PAN a requerer uma audição parlamentar urgente da ex-ministra da Justiça.

















