Abusos na Igreja: Entre Condenações, Renúncias e Compensações por Definir



A resposta da justiça e das estruturas eclesiásticas aos casos de abuso sexual de menores na Igreja Católica foi marcada por desenvolvimentos significativos em Portugal e Espanha. Foi confirmada a condenação do padre Albino Meireles, sentenciado em junho por ter exibido e manipulado o seu órgão sexual perante três crianças numa praia na Póvoa de Varzim.
Em Espanha, o Papa Leão XIV aceitou a renúncia do bispo de Cádis, Rafael Zornoza. Embora o pedido de resignação tivesse sido apresentado há 15 meses, quando o bispo completou 75 anos, conforme as regras canónicas, a decisão papal surge na sequência de acusações de abuso sexual de um menor no seminário de Getafe.
A denúncia foi tornada pública pelo jornal espanhol “El País” no passado dia 10, e até essa data, Zornoza continuava a exercer as suas funções, que incluíam trabalho com crianças.
O comunicado oficial do Vaticano sobre a aceitação da renúncia não especificou os motivos da decisão.
Paralelamente, em Portugal, o processo de reparação às vítimas continua a avançar. O grupo Vita, responsável por acompanhar os pedidos de compensação financeira, informou que continuam a surgir novas solicitações por parte de vítimas de abuso sexual na Igreja.
Até ao momento, foram validados 78 pedidos como efetivos, mas os valores das indemnizações a atribuir às vítimas ainda não foram definidos, deixando em aberto a conclusão deste processo.














