Um Natal de Proximidade: Igreja Portuguesa Apela à Solidariedade num Mundo em Crise



Na sua mensagem de Natal, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), José Ornelas, apelou aos católicos para que vivam a quadra com um olhar solidário para com os mais vulneráveis, com o desejo de construir “uma sociedade mais justa onde o respeito pela dignidade humana prevaleça”.
O também bispo de Leiria-Fátima pediu uma “proximidade amiga e ativa” junto das “vítimas da pobreza que se tornam invisíveis”, das famílias afetadas pelo elevado custo de vida, dos jovens sem emprego digno ou habitação, dos idosos em abandono e dos migrantes que enfrentam “desconfiança, indiferença e portas fechadas”. O apelo estendeu-se ainda aos presos “que vivem esquecidos”, aos doentes que sofrem “no corpo e na alma”, aos profissionais de saúde exaustos e aos “inocentes que sofrem os danos das guerras, da injustiça e do esquecimento”. Reconhecendo que o Natal é celebrado num tempo de “trevas assustadoras, ecos de guerra e receios de segurança”, José Ornelas sublinhou que a data convida à esperança, à ternura e ao cuidado atento. O presidente da CEP recordou que Deus escolheu nascer “não num presépio de ouro, mas na fragilidade e na periferia onde a humanidade vive dilacerada”. Por isso, defendeu que a paz necessária ao mundo deve assentar na proximidade, na construção de pontes e em gestos concretos de solidariedade, afirmando que o verdadeiro presépio é aquele “onde cabem todos quantos perderam a esperança”.
A mensagem termina com um apelo à ação quotidiana, sustentando que a paz “começa nas nossas casas, nas nossas famílias, nas nossas relações, nas nossas comunidades e nas nossas ruas”.




