
Protesto de Imigrantes em Frente ao Parlamento



Um protesto organizado pela associação Solidariedade Imigrante está agendado para as 14:00 em frente à Assembleia da República, reunindo imigrantes de Lisboa, Porto, Odemira e Algarve.
A data foi escolhida para coincidir com o reinício dos trabalhos parlamentares, que incluem na agenda o debate sobre as leis da imigração e da nacionalidade. Está previsto que uma comitiva de oito imigrantes entregue um documento com as suas reivindicações ao presidente da Assembleia da República. Os manifestantes protestam contra o que descrevem como uma "perseguição aos imigrantes, como se se tratassem de criminosos". A principal causa de descontentamento é a detenção de dezenas de imigrantes em Centros de Instalação Temporária. Segundo Timóteo Macedo, da associação organizadora, e o ex-deputado José Soeiro, o número de detidos subiu para cerca de 80. Os organizadores afirmam que estas pessoas não cometeram qualquer crime, sendo detidas apenas por constarem no Sistema de Informação Schengen devido à sua passagem por outro Estado-membro da União Europeia antes de chegarem a Portugal.
Consideram esta prática uma "ilegalidade" por parte do Estado português.
A associação Solidariedade Imigrante critica as alterações legislativas propostas pelo Governo, afirmando que o executivo "dá um mau exemplo" nas políticas de acolhimento e integração e não se opõe a quem ameaça desrespeitar as recomendações do Tribunal Constitucional sobre a matéria.
José Soeiro acusa ainda o Governo de utilizar verbas do PRR, destinadas à habitação, para construir centros de detenção.
As principais reivindicações incluem o direito a documentos, o reagrupamento familiar, a libertação dos imigrantes detidos e o fim das políticas que consideram repressivas, exigindo respeito e dignidade.
Este protesto sucede a uma outra manifestação realizada no Porto em julho, que, segundo a organização, juntou cerca de mil pessoas.
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