
Área ardida em agosto já superou a de julho: mais de 74 mil hectares foram consumidos pelas chamas este ano



Portugal está a enfrentar uma das piores vagas de incêndios florestais dos últimos anos, com a área ardida em 2025 a atingir mais de 62 mil hectares, tornando-o o segundo pior ano desde os incêndios de 2017. A situação agravou-se significativamente em agosto, com a área ardida a quase duplicar em menos de duas semanas. Um dos incêndios de maiores dimensões, que deflagrou em Trancoso, no distrito da Guarda, consumiu sozinho quase 14.000 hectares, alastrando-se a concelhos vizinhos, segundo dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS). A situação no terreno é complexa, com quatro grandes incêndios a lavrar durante vários dias, sofrendo reacendimentos constantes e mobilizando um enorme volume de meios.
Perante este cenário, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, alertou para um "risco excecional de incêndio florestal" na próxima sexta-feira, 15 de agosto, que descreveu como o dia mais preocupante do ano devido a uma convergência de condições meteorológicas e físicas. O Chefe de Estado, que se reuniu com o Primeiro-Ministro, identificou as áreas de Piódão e Sátão como particularmente vulneráveis. Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou ainda para agradecer o "esforço brutal" de toda a estrutura de combate, elogiando a coordenação e a dedicação dos operacionais. Contudo, a gestão da crise está a ser alvo de críticas.
O presidente da Liga de Bombeiros Portugueses (LBP), António Nunes, considerou a resposta das entidades públicas "manifestamente insuficiente". Segundo Nunes, o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) dispõem, desde 2017, de dados meteorológicos precisos que não foram devidamente aproveitados para um planeamento eficaz. Criticou a falta de pré-posicionamento de meios em zonas de maior risco, como as que se situam a norte da autoestrada A25, apontando que as bases de onde partem os meios, como Castelo Branco ou Almeirim, se encontram demasiado distantes das frentes de fogo. António Nunes isentou os bombeiros de responsabilidades, sublinhando que a sua mobilização e colocação no terreno são da exclusiva competência da Proteção Civil.
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