
Calor Extremo e Risco de Incêndio: O Impacto das Alterações Climáticas em Portugal



Esta semana, Portugal continental está a ser afetado por uma massa de ar quente e seca vinda do Norte de África, resultando em temperaturas significativamente acima da média para meados de setembro. O pico deste episódio de calor está previsto para quinta-feira, com as temperaturas a variarem entre 34 ºC e 39 ºC na maior parte do território, podendo atingir os 40 ºC em cidades como Évora e Beja.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) emitiu um aviso amarelo de tempo quente para 11 distritos. O cenário é agravado pela presença de poeiras do Saara em suspensão, que conferem ao céu uma tonalidade esbranquiçada e aumentam o desconforto térmico, existindo a possibilidade de "chuva de lama" no fim de semana. Apesar do calor intenso, prevê-se uma mudança radical no estado do tempo a partir do final da semana.
A intensificação da corrente de jato polar no Atlântico Norte poderá originar um vale depressionário, provocando uma descida acentuada das temperaturas e a possibilidade de precipitação mais generalizada.
Esta alteração meteorológica coincide com a chegada do outono astronómico, a 22 de setembro, que deverá trazer um tempo mais fresco e instável, pondo fim ao calor anómalo que marcou a segunda quinzena do mês. Este episódio de calor extremo ocorre num contexto em que as alterações climáticas intensificam a frequência e a severidade de fenómenos semelhantes. Um estudo da parceria académica “World Weather Attribution”, em colaboração com a Cruz Vermelha Portuguesa, concluiu que as alterações climáticas tornaram as ondas de calor 200 vezes mais prováveis e os incêndios florestais 40 vezes mais prováveis em Portugal e Espanha. Segundo a investigação, as condições meteorológicas propícias a incêndios são agora cerca de 30% mais intensas do que no período pré-industrial. O estudo salienta ainda que, para além do aquecimento global, fatores como o êxodo rural, o abandono agrícola e práticas de gestão florestal insuficientes contribuem para o aumento do risco de incêndio. Este ano, Portugal já perdeu mais de 260 mil hectares em incêndios, quase três vezes a média anual, enquanto a área ardida na Península Ibérica representa cerca de dois terços do total europeu.
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