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O Impacto da Inteligência Artificial na Saúde

A Inteligência Artificial está a emergir como uma ferramenta transformadora no setor da saúde, prometendo não substituir os médicos, mas sim potenciar as suas capacidades e fortalecer a relação com os doentes.
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Especialistas do setor da saúde em Portugal defendem que a Inteligência Artificial (IA) irá aproximar a relação entre médico e doente.

Segundo o cirurgião Rui Miranda Julião, a tecnologia assumirá tarefas técnicas, mas não consegue replicar a humanidade necessária na prática clínica, permitindo que os médicos se foquem mais no aspeto humano do cuidado e na análise crítica do diagnóstico, uma dimensão que a IA não consegue atingir. Esta visão foi partilhada durante a Healthcare Summit 2025, onde se concluiu que a IA funcionará como um apoio ao médico, não para eliminar o erro, mas para o diminuir.

Joana Feijó, do Health Cluster Portugal, afirmou que a tecnologia irá capacitar os profissionais de saúde na tomada de decisões e em tarefas administrativas. Já Pedro Brito da Cruz, da IQVIA Portugal, sugeriu que a IA pode transformar os clínicos numa espécie de “super-médicos”, capazes de realizar diagnósticos mais precoces ao detetar padrões inesperados em dados. Exemplos práticos em Portugal já existem, como a startup iLoF, que deteta cancro do ovário e Alzheimer em amostras de sangue, e a Medgical, que transcreve consultas para otimizar o preenchimento de processos clínicos. Apesar do potencial, a implementação da IA em Portugal enfrenta barreiras significativas.

Joana Feijó destacou a necessidade de dados em grande escala e com qualidade, a dificuldade de compreensão dos algoritmos (o efeito “black box”) e a importância de aumentar a literacia digital tanto dos profissionais de saúde como dos doentes.

Superar estes desafios é crucial para uma adoção mais ampla da tecnologia.

Para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), as aplicações da IA poderiam trazer ganhos de eficiência. As sugestões incluem a transcrição automática de consultas para aumentar a produtividade, a gestão otimizada do agendamento, a automatização de tarefas administrativas nos hospitais e a previsão de picos de afluência. A criação de um “data lake” nacional foi também apontada como uma via para impulsionar a inovação em diagnóstico e terapêutica por parte das startups.

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