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Terapia "altamente eficaz" contra tumores desenvolvida no i3S

Uma equipa de investigação do i3S desenvolveu uma nova terapia celular que se revelou "altamente eficaz" contra tumores sólidos agressivos, como os do pâncreas, estômago e ovário. A abordagem representa um avanço promissor para cancros com opções de tratamento limitadas.
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Investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) desenvolveram uma nova imunoterapia baseada em células CAR-T, que demonstrou elevada eficácia na eliminação de tumores sólidos agressivos. O estudo, publicado na revista científica Cell Reports Medicine, foca-se em cancros de origem epitelial, como os do estômago, pâncreas, ovário e colorretal.

A terapia utiliza linfócitos T, células do sistema imunitário do próprio doente, que são geneticamente modificados para expressarem recetores artificiais (CARs).

Estes recetores foram desenhados para reconhecer um alvo específico: um glicano (estrutura de açúcar) chamado Sialyl-Tn (STn), que se encontra em abundância à superfície de células cancerígenas, mas está ausente em tecidos saudáveis. Para tal, a equipa criou um novo anticorpo monoclonal, o AM52.1, que reconhece exclusivamente o STn e serviu de base para a construção do recetor artificial que equipa as novas células CAR-T. Segundo os investigadores, liderados por Celso A. Reis, os testes funcionais mostraram que, ao contactarem com as células tumorais, as novas células CAR-T ativam-se, produzem compostos tóxicos e eliminam eficientemente as células-alvo.

A eficácia foi comprovada em vários modelos pré-clínicos, incluindo organoides e modelos animais com tumores derivados de pacientes. Os resultados indicam que a terapia funciona mesmo em tumores com baixos níveis de STn ou com características que habitualmente dificultam a ação de terapias celulares.

Uma vantagem crucial desta abordagem é a sua segurança.

Dada a elevada especificidade para o alvo tumoral, não foram observados sinais de toxicidade ou efeitos adversos nos modelos pré-clínicos, um requisito essencial para a sua futura aplicação clínica. O trabalho, que contou com a colaboração da Unidade de Terapia Celular do Hospital Universitário de Oslo, na Noruega, abre novas perspetivas para o tratamento de cancros de difícil abordagem.

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