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Desvendando as Marcas do Stress Crónico: A Busca da FMUP por Prevenção e Cura

Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto está a aprofundar o conhecimento sobre as marcas físicas e genéticas do stress crónico, procurando desenvolver novas estratégias farmacológicas e genéticas para prevenir e reverter os seus efeitos no cérebro e em todo o organismo.
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Uma investigação conduzida desde 2016 na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), coordenada pela neurocientista Patrícia Monteiro, procura identificar as marcas físicas deixadas pelo stress crónico e desenvolver terapias para as prevenir e tratar.

O estudo distingue o stress agudo, um mecanismo de defesa essencial, do stress crónico, descrito como um "alarme invisível que nunca se desliga" e que afeta todo o corpo, manifestando-se em sintomas como impulsividade, decisões irracionais, problemas de memória e depressão. Utilizando técnicas como a eletrofisiologia e a proteómica em modelos animais, a equipa demonstrou que o stress prolongado provoca uma desregulação das proteínas e uma diminuição da função do córtex pré-frontal, área do cérebro crucial para o controlo emocional, memória de trabalho e funções executivas. Uma das descobertas mais relevantes é o aumento da produção da proteína lipocalina 2 no fígado em situações de neuroinflamação associadas ao stress, evidenciando que a resposta ao stress não é apenas cerebral, mas sim uma reação fisiológica integrada que envolve órgãos periféricos.

Os modelos animais utilizados, sujeitos a experiências de desconforto comparáveis a situações humanas de instabilidade emocional prolongada (como cuidar de um familiar doente ou desemprego), permitem transpor estes resultados para o contexto humano.

Paralelamente, os cientistas estão a investigar a componente genética da resposta ao stress.

A análise de polimorfismos (alterações nos genes) visa compreender por que motivo algumas pessoas desenvolvem perturbações como o stress pós-traumático em situações onde outras permanecem resilientes.

O objetivo é identificar marcadores genéticos que possam indicar uma predisposição ou, inversamente, uma proteção contra perturbações neuropsiquiátricas, abrindo caminho para a identificação de alvos moleculares e o desenho de futuras terapias.

Patrícia Monteiro sublinha que, apesar de o stress deixar marcas físicas no organismo, estas podem ser reversíveis através da adoção de cuidados e hábitos saudáveis. A investigadora reforça a importância de tratar atempadamente os problemas de saúde mental para evitar o agravamento das lesões existentes, defendendo que a saúde mental deve ser cultivada diariamente.

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