
Em Gaza, a ajuda humanitária chega a conta-gotas — e a fome continua a matar



A situação na Faixa de Gaza atingiu um ponto crítico, descrita pelas Nações Unidas como a "pior" crise humanitária da atualidade. As agências da ONU reportam números devastadores, com fontes a indicarem mais de 53 mil mortos, incluindo mais de 18 mil crianças, e outras a elevarem o total para mais de 60 mil vítimas civis. A população enfrenta uma fome severa, resultante do bloqueio à ajuda humanitária imposto por Israel, o que levou peritos da ONU a apelar ao envio de auxílio por via marítima. A guerra em curso foi desencadeada por ataques do Hamas em outubro de 2023, que resultaram em cerca de 1.200 mortos em Israel.
Este cenário está a impulsionar uma significativa mudança na diplomacia internacional. O Reino Unido, liderado por Keir Starmer, anunciou a intenção de reconhecer o Estado da Palestina em setembro, caso Israel não cumpra um conjunto de condições, como decretar um cessar-fogo, garantir o fim da "situação catastrófica em Gaza" e comprometer-se com uma solução de dois Estados. A França manifestou uma intenção semelhante, e Portugal, juntamente com outros 15 países, admitiu também a possibilidade de reconhecer o Estado palestiniano. Atualmente, 142 dos 193 países-membros da ONU já o fazem.
As reações de Israel e dos Estados Unidos foram veementes. O governo israelita, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, acusou o Reino Unido e a França de "recompensar o terrorismo" e o Hamas. O Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita considera que estas decisões prejudicam os esforços para um cessar-fogo e a libertação de reféns. De forma semelhante, o embaixador norte-americano em Israel classificou a decisão francesa como "muito estúpida", comparando-a a "dar aos nazis uma vitória após a 2ª Guerra Mundial".
Em Portugal, a sociedade civil mobiliza-se em solidariedade. A plataforma cívica Algarve pela Palestina convocou protestos em Faro e Portimão, apelidados de "paneladas", para denunciar o que classifica como "genocídio em curso" e "limpeza étnica". Os manifestantes exigem o fim do bloqueio, da ocupação e da "cumplicidade" da União Europeia com as ações de Israel. A crise é também tema de produções mediáticas, como a futura série documental "Viver e Morrer em Gaza".
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