Itália e França rejeitam acordo UE Mercosul sem mais garantias para a agricultura



A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, manifestaram a sua oposição à assinatura imediata do acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, exigindo maiores salvaguardas para o setor agrícola europeu. A posição conjunta torna improvável a assinatura do acordo, que estava prevista para o final desta semana no Brasil. Giorgia Meloni classificou a assinatura como “prematura”, afirmando no parlamento italiano que o seu governo não apoiará o pacto até que um pacote de medidas adicionais para proteger os agricultores esteja totalmente finalizado e discutido com o setor. Embora reconheça progressos, como a introdução de um mecanismo de salvaguarda e o reforço dos controlos fitossanitários, Meloni sublinhou que estas medidas ainda não foram totalmente implementadas. A líder italiana esclareceu que não pretende bloquear o acordo indefinidamente, mostrando-se confiante de que as condições para a sua aprovação, incluindo “garantias adequadas de reciprocidade”, poderão ser cumpridas no início do próximo ano.
Do lado francês, a oposição é igualmente firme.
O Presidente Macron alertou que “a França se oporia veementemente” a qualquer tentativa de impor o acordo.
Paris estabeleceu três condições para a sua aprovação: cláusulas de salvaguarda “sólidas e operacionais”, medidas que garantam concorrência leal aplicando as mesmas regras a produtos importados e europeus, e controlos de importação eficazes.
Segundo o governo francês, ainda existe uma “falta de clareza” em relação a estas exigências.
O Presidente brasileiro, Lula da Silva, apelou diretamente a Meloni e Macron para que assinassem o tratado, assegurando que a agricultura brasileira não competiria com a europeia.
A assinatura do acordo necessita de uma maioria qualificada na UE, e a oposição de França e Itália representa um obstáculo significativo.
Enquanto países como Alemanha, Portugal e Espanha apoiam o acordo, outros como Polónia, Áustria e Hungria também manifestaram oposição.
A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, planeava viajar ao Brasil para a assinatura, mas a concretização do acordo, negociado durante 25 anos, permanece incerta.












