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Cinema em Portugal: Entre o Encerramento de Salas e a Procura por Novos Públicos

O encerramento de numerosas salas de cinema em Portugal está a gerar uma resposta tanto do Governo, que criou um grupo de trabalho para analisar o problema, como de cineastas e programadores, que procuram novos caminhos para levar os filmes ao público.
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A cultura cinematográfica em Portugal enfrenta um momento de viragem, marcado pelo fecho significativo de salas de exibição comercial e pelo surgimento de iniciativas que procuram redefinir a relação entre os filmes e os espetadores. Em resposta a este cenário, a Ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes, anunciou a criação de um grupo de trabalho, em colaboração com o Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) e a Inspeção-Geral das Atividades Culturais (IGAC), para avaliar e responder ao crescente número de pedidos de "desafetação" de salas de cinema, considerando o tema uma prioridade governamental.

A crise é visível em todo o território.

Distritos como Beja, Bragança e Portalegre já não possuem uma oferta de cinema comercial regular. Vários complexos em centros comerciais solicitaram a desafetação de salas por razões de "viabilidade económica", como foi o caso de nove das vinte salas do Arrábida Shopping.

A NOS Cinemas, a maior exibidora do país, encerrou a sua operação em locais como o MaiaShopping, Tavira Gran-Plaza e Fórum Viseu, enquanto a Cineplace também fechou salas no Algarve, Madeira e Seixal.

Os dados do ICA refletem esta contração, com o número de salas a diminuir de 563 em 2024 para 550 até setembro de 2025.

Este contexto afeta particularmente o cinema português, que regista uma audiência residual no circuito comercial.

Até setembro de 2025, dos quase 8,4 milhões de espetadores, apenas 2,1% viram filmes nacionais.

O produtor Alexandre Oliveira argumenta que o mercado está "afunilado" para um cinema mais comercial e que o público, especialmente o mais velho, se desligou do circuito dos centros comerciais, uma tendência intensificada pelo crescimento do 'streaming'. Defende que o interesse no cinema português persiste, mas que é necessário criar políticas culturais que garantam a exibição dos filmes apoiados pelo Estado.

Como resposta a este desafio, surgem modelos de distribuição alternativos.

O realizador João Botelho e o produtor Alexandre Oliveira estão a organizar uma digressão nacional com o filme "As Meninas Exemplares", levando-o a cineteatros e auditórios municipais, fora do circuito comercial.

A iniciativa, que visa replicar o sucesso de um modelo semelhante adotado há 15 anos, começa em Bragança, uma capital de distrito com pouca oferta cinematográfica. Outros eventos, como o festival Porto/Post/Doc, focado no cinema independente, e a "Rebentos – Mostra de Cinema Emergente" em Sintra, que promove curtas-metragens de novos realizadores, reforçam a aposta em circuitos alternativos para manter viva a cultura cinematográfica no país.

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