Juiz norte americano suspende deportação de ativista britânico sancionado pela administração Trump



O juiz Vernon S. Broderick, do distrito sul de Nova Iorque, bloqueou o processo de deportação contra Imran Ahmed, um cidadão britânico residente nos EUA e fundador da organização não-governamental (ONG) Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH). A decisão surge após a equipa jurídica de Ahmed ter interposto uma ação contra o governo de Donald Trump, argumentando que este enfrentava a "perspetiva iminente de detenção inconstitucional, detenção punitiva e deportação".
Ahmed, que possui um "green card" e reside em Nova Iorque com a sua mulher e filho, ambos cidadãos norte-americanos, não poderá ser detido ou deportado até que o seu caso seja analisado pelo sistema judicial.
Ahmed é um dos cinco europeus a quem a administração Trump impôs restrições de vistos esta semana.
Além dele, foram sancionados o ex-comissário europeu Thierry Breton, Clare Melford (do Global Disinformation Index), e Anna-Lena von Hodenberg e Josephine Ballon (ambas da ONG alemã HateAid).
O Departamento de Estado norte-americano acusa os visados de serem "ativistas radicais" que promoveram "medidas repressivas de censura" contra cidadãos americanos. Especificamente, a ONG de Ahmed foi acusada de ter solicitado a remoção de 12 defensores antivacinas das plataformas digitais. As sanções provocaram a condenação por parte da Comissão Europeia e de países como França e Espanha, que defenderam o papel destas pessoas e organizações como representantes da "sociedade civil que lutam contra a desinformação e o discurso de ódio". A ação da administração norte-americana é vista como parte de uma ofensiva mais ampla contra as normas da União Europeia sobre tecnologia, que Washington considera serem uma forma de censura. Está agendada uma audiência preliminar sobre o caso de Ahmed para a próxima segunda-feira.
















