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Jornalismo Português em Encruzilhada: Adoção Tímida e Desafios Éticos da IA

Um estudo inédito revela que a adoção da inteligência artificial no jornalismo português é ainda incipiente, marcada por uma significativa falta de formação e de diretrizes éticas. O 'Livro Branco sobre a Inteligência Artificial no Jornalismo' analisa o panorama atual e propõe recomendações estratégicas para garantir a sua integração responsável.
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O 'Livro Branco sobre a Inteligência Artificial no Jornalismo', o primeiro estudo de âmbito nacional sobre o tema, conclui que Portugal enfrenta um défice estrutural na preparação para a era da IA.

A investigação, coordenada pela NOVA FCSH com a colaboração de várias universidades portuguesas e brasileiras, e financiada pelo European Media and Information Fund sob gestão da Fundação Calouste Gulbenkian, revela que o uso de IA nas redações é maioritariamente operacional, ocasional e não intensivo.

As tarefas mais comuns são a pesquisa de informação (56,1%), a tradução automática (41%) e a transcrição (40%).

Os media 'online' são os que utilizam a tecnologia com maior regularidade, em contraste com a televisão, que apresenta os níveis de uso mais baixos.

O estudo aponta para fragilidades significativas na governação e capacitação.

A grande maioria dos jornalistas (83,8%) nunca recebeu formação em IA, e mais de metade atesta a inexistência de códigos de conduta (64%), cláusulas contratuais (80,4%) ou protocolos de validação pré-publicação (63,4%) sobre o tema nas suas redações. Esta falta de preparação gera preocupações: 64,4% dos profissionais acreditam que a IA irá agravar a disseminação de desinformação e 48% antecipam impactos negativos na ética profissional.

O documento alerta para o 'paradoxo da eficiência', em que o tempo poupado em tarefas mecânicas é frequentemente absorvido pela aprendizagem e validação, e sublinha os riscos reputacionais, como os casos do SAPO24 e da CNN Portugal em 2024.

Face a este diagnóstico, o Livro Branco apresenta dez recomendações estratégicas para promover uma integração ética e transparente da IA.

Entre as propostas, destacam-se a criação de um Observatório Nacional sobre IA e Jornalismo para monitorizar o setor, e o reforço do papel do Serviço Público de Media na literacia mediática. Recomenda-se também a implementação de manuais de boas práticas, a adoção de normas obrigatórias para a sinalização de conteúdos gerados por IA e a revisão do Código do Direito de Autor. Adicionalmente, o documento apela à criação de programas nacionais de formação e inovação, e à integração de competências sobre IA nos cursos de jornalismo, visando salvaguardar a qualidade da informação e a vitalidade democrática.

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