O Apelo do Papa por uma 'Paz Justa' na Ucrânia num Cenário de Tensões Diplomáticas

O Papa Leão XIV recebeu o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, apelando a uma 'paz justa e duradoura' para a Ucrânia, num momento de intensos esforços diplomáticos e de divergências sobre as propostas de paz internacionais.

O Papa Leão XIV recebeu o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, esta terça-feira, 9 de dezembro de 2025, na sua residência em Castel Gandolfo. O encontro centrou-se na guerra na Ucrânia, com o Santo Padre a reiterar a necessidade de um diálogo contínuo e a expressar a sua esperança de que as iniciativas diplomáticas atuais possam conduzir a uma “paz justa e duradoura”. Durante as conversas, foram também abordados temas humanitários, como a situação dos prisioneiros de guerra e a necessidade de garantir o regresso seguro das crianças ucranianas às suas famílias.

Os comunicados do Vaticano indicam que este não foi o primeiro encontro entre os dois líderes, que já se haviam reunido em julho no mesmo local.

A visita de Zelensky ao Vaticano insere-se numa ronda de contactos diplomáticos pela Europa.

Antes de chegar a Roma, o presidente ucraniano esteve em Londres, onde se encontrou com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer e os líderes francês, Emmanuel Macron, e alemão, Frieddrich Merz. Em Bruxelas, reuniu-se com os líderes da União Europeia e da NATO.

Após o encontro com o Papa, Zelensky tem agendada uma reunião com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni. Estes esforços diplomáticos ocorrem num contexto delicado, marcado por recentes declarações do presidente norte-americano, Donald Trump, que se mostrou frustrado com a recusa de Zelensky em aceitar propostas de paz discutidas com Moscovo. Em resposta, o líder ucraniano reafirmou não ter “nem o direito legal, nem o moral” para ceder qualquer parte do território do seu país à Rússia, anunciando que irá apresentar uma versão revista do seu próprio plano de paz aos Estados Unidos, que exclui a cedência de territórios.

A primeira-ministra italiana é descrita como uma das principais defensoras da mediação de Trump nas negociações.