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Encontro do Papa com Vítimas de Abuso Sexual

O Papa Leão XIV reuniu-se pela primeira vez com vítimas de abuso sexual por parte de membros do clero, num encontro privado no Vaticano com a organização internacional «Ending Clergy Abuse» (ECA). O encontro é descrito como um passo histórico e promissor no diálogo entre a Igreja Católica e os sobreviventes.
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O Papa Leão XIV recebeu, no dia 20 de outubro de 2025, no Vaticano, representantes da «Ending Clergy Abuse» (ECA), uma organização internacional que representa sobreviventes de abuso sexual por clérigos de mais de 30 países. A reunião, que durou cerca de uma hora e não constava da agenda oficial, decorreu em resposta a uma carta enviada pela ECA ao recém-eleito Papa em maio. A organização descreveu o encontro como um “momento significativo de diálogo” e uma “conversa profundamente significativa”, segundo Gemma Hickey, presidente do Conselho da ECA.

Durante a reunião, a ECA apresentou a sua iniciativa de “tolerância zero”, que defende a implementação de “padrões globais consistentes e políticas centradas nos sobreviventes”. Tim Law, cofundador da ECA, sublinhou que o objetivo não é o confronto, mas sim a procura de “responsabilidade, transparência e a vontade de caminhar juntos em direção a soluções”. No encontro, o Papa recebeu dois livros: “La verdad nos hizo libres”, sobre os abusos no movimento Sodalicio no Peru, e “Damit es aufhört”, de Matthias Katsch, que descreve o escândalo de abusos na Alemanha a partir de 2010. Este encontro ocorre dias depois de a Comissão Pontifícia para a Proteção dos Menores (CPPM) ter publicado o seu segundo relatório anual, a 16 de outubro. No documento, a comissão do Vaticano defende a necessidade de um protocolo simplificado para a renúncia e afastamento de membros da Igreja envolvidos em casos de abuso. O relatório destaca também a importância de comunicar publicamente os motivos destas decisões, respeitando a privacidade e a presunção de inocência.

A CPPM reconhece a lentidão da justiça disciplinar da Igreja, uma preocupação partilhada pelos sobreviventes, e sublinha a responsabilidade da Igreja em acompanhar as vítimas no seu percurso de cura e reparação.

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