A 'Porta Giratória' Legal: Lei não impede ex-governantes de lucrarem com os setores que tutelaram



A lei que regula o exercício de funções por titulares de cargos políticos, em vigor desde outubro de 2019, não impede eficazmente que ex-membros do Governo transitem para o setor privado em áreas que anteriormente tutelaram. A legislação proíbe ex-governantes de exercerem funções, durante um período de três anos, em empresas privadas de setores que tenham sido objeto de privatizações, beneficiado de incentivos fiscais ou de intervenção direta do seu gabinete. Contudo, uma investigação do Jornal de Notícias revela que a norma não abrange a criação de novas empresas, deixando uma lacuna que permite contornar o chamado “período de nojo”. Um dos exemplos citados é o de Duarte Cordeiro, que foi ministro do Ambiente e da Ação Climática entre 2022 e 2024. Em julho de 2024, fundou a consultora Shiftify — Estratégias de Sustentabilidade, dedicada precisamente à área ambiental.
O ex-governante, que garante ter cumprido “integralmente” a lei, detém a empresa com a sua mulher, tendo como sócios o filho de Mário Centeno e uma antiga colaboradora do seu gabinete. Outro caso mencionado é o de João Galamba, ex-ministro das Infraestruturas, que optou por trabalhar como consultor no setor energético após deixar o Governo, tendo solicitado um parecer jurídico para confirmar a legalidade da sua atividade.
Especialistas em ética e transparência manifestam preocupação.
João Paulo Batalha, da Frente Cívica, considera que a legislação “levanta problemas éticos”, alertando que os ex-ministros tiveram acesso a informação e contactos privilegiados que podem agora beneficiar interesses privados.
Por sua vez, o investigador Luís de Sousa classifica as restrições como “limitadas”, resultantes de “um compromisso político que reflete pressões da opinião pública”.
As dúvidas sobre a eficácia da lei estendem-se à esfera política.
Em 2024, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou alterações que introduziram sanções para empresas que contratem ex-governantes em violação da lei, mas admitiu ter reservas quanto à sua aplicabilidade.
No mesmo ano, uma proposta do PCP para alargar o “período de nojo” de três para cinco anos foi rejeitada no Parlamento, com o PS a considerar o prazo atual “equilibrado”, a Iniciativa Liberal a alertar para “repercussões desnecessárias” e o PSD a abster-se, admitindo que o tema deve ser “revisitado”.
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