
Troca de acusações entre Montenegro e Ventura marca debate sobre nova lei da imigração



O debate quinzenal no parlamento foi dominado pela troca de acusações entre André Ventura e Luís Montenegro, na sequência da apresentação de uma nova versão da lei dos estrangeiros por parte do Governo PSD/CDS.
O líder do Chega manifestou o seu desagrado por não ter sido consultado sobre as alterações ao diploma, que fora inicialmente vetado pelo Presidente da República e pelo Tribunal Constitucional.
Ventura acusou o executivo de ser "tão frouxo na imigração como o PS" e de demonstrar "arrogância", lembrando que o PSD não dispõe de maioria parlamentar e deixando no ar a possibilidade de o seu partido votar contra a nova proposta. Em resposta, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, acusou André Ventura de "arrogância" e instou-o a respeitar as regras da democracia e as decisões dos órgãos de soberania.
Montenegro assegurou que o Governo "quer mesmo alterar" a legislação e não pretende que "fique tudo na mesma", sugerindo que essa poderia ser a intenção de alguns partidos para usarem o tema como argumento político. O chefe do Governo sublinhou que qualquer novo diploma terá de respeitar a Constituição para evitar um novo chumbo, garantindo que o objetivo é "resolver o problema".
O debate estendeu-se a outras figuras políticas.
O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, criticou André Ventura pelas suas mudanças de posição, comparando-o a um "caranguejo". O comentador Luís Rosa analisou a postura de Ventura como um receio de "perder o eleitorado de centro-direita" que apoia a abordagem do Governo à imigração. Paralelamente, o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, acusou o Governo de "falhanço" em áreas como a saúde e a habitação, ao que Montenegro respondeu considerando que a postura "negativista" do PS o tornará uma força política "irrelevante".
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