Autoridades nigerianas anunciam a libertação de 130 estudantes sequestrados em novembro

As autoridades nigerianas anunciaram a libertação de 130 estudantes que tinham sido sequestrados em novembro de uma escola católica no estado de Níger. Esta libertação ocorre após um mês de cativeiro, mas persistem incertezas sobre o número total de reféns.

O governo da Nigéria confirmou a libertação de 130 estudantes da Escola Católica St.

Mary’s, que haviam sido sequestrados a 21 de novembro por homens armados na aldeia de Papiri, no estado de Níger.

O anúncio foi feito por Sunday Dare, porta-voz da presidência nigeriana, que afirmou que "nenhum permanece em cativeiro".

O ataque inicial resultou no rapto de mais de 300 alunos e 12 professores. Pouco depois do sequestro, cerca de 50 estudantes conseguiram escapar e uma centena já tinha sido libertada no início de dezembro.

Com esta nova libertação, as autoridades governamentais e a polícia afirmam que todos os reféns, incluindo os funcionários da escola, estão agora livres.

No entanto, o número exato de pessoas raptadas e o seu estado atual permanecem incertos.

A Associação Cristã da Nigéria (CAN) tinha reportado 315 raptados, e após a primeira libertação, a diocese a que pertence a escola indicava que 165 pessoas continuavam desaparecidas, enquanto o Presidente nigeriano, Bola Tinubu, referia que 115 pessoas ainda estavam em cativeiro.

As identidades dos sequestradores não foram reveladas, nem foram divulgados pormenores sobre as negociações que levaram à libertação dos estudantes.

Os raptos em massa são um problema recorrente na Nigéria, frequentemente perpetrados por gangues criminosos, conhecidos como "bandidos", que são motivados por interesses financeiros e exigem resgates.

Esta onda de sequestros faz lembrar o rapto de quase 300 raparigas em Chibok, em 2014, pelo grupo extremista Boko Haram.

A grave deterioração da segurança no país, que enfrenta uma insurgência jihadista no nordeste e ataques de bandidos no noroeste e centro, levou o Presidente Bola Tinubu a declarar estado de emergência nacional no final de novembro. A Nigéria, o país mais populoso de África, está dividida entre um norte maioritariamente muçulmano e um sul predominantemente cristão, com os ataques a vitimarem, muitas vezes de forma indiscriminada, pessoas de ambas as religiões.