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Lince ibérico nascido em Portugal avistado pela primeira vez nos Pirenéus

Um lince ibérico, nascido em cativeiro em Silves, foi localizado pela primeira vez nos Pirenéus, um marco histórico que evidencia o sucesso dos programas de conservação e abre portas a novos habitats para a espécie.
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A Associação pela Defesa do Lobo e do Urso nos Pirenéus (ADLO Pirineo) anunciou a primeira localização documentada de um lince ibérico nos Pirenéus, em Espanha.

O animal, identificado como 'Secreto' graças ao padrão da sua pelagem, tem quatro anos e nasceu no centro de reprodução em cativeiro de Silves, no Algarve. Libertado na primavera de 2022 na serra a norte de Sevilha, 'Secreto' foi registado por uma câmara de seguimento da associação em abril, embora as imagens só tenham sido analisadas durante o verão. A viagem do lince desde a zona de Sevilha até aos Pirenéus, perto da fronteira com França, representa uma distância de quase mil quilómetros em linha reta. A deteção ocorreu a uma altitude de quase 1.750 metros, considerada uma das mais elevadas para a espécie na Península Ibérica.

Este avistamento confirma os Pirenéus como um potencial habitat para o lince ibérico e, segundo a ADLO Pirineo, reforça a necessidade de promover a sua reintrodução em regiões como Aragão e Catalunha.

O lince ibérico, que esteve à beira da extinção no início do século, tem sido alvo de bem-sucedidos programas de recuperação.

O censo de 2024 revelou um aumento de 19% na população, totalizando 2.401 indivíduos na Península Ibérica (2.047 em Espanha e 354 em Portugal). Graças a estes esforços, a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) alterou o estatuto da espécie de "em risco" para "vulnerável" em 2024. O objetivo do projeto LIFE LynxConnect é atingir entre 4.500 e 6.000 indivíduos para garantir um estado de conservação favorável.

Os programas de conservação, com mais de 20 anos, começaram com a reprodução em cativeiro, sendo os primeiros animais libertados em 2011. O Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico (CNRLI) em Silves, inaugurado em 2009, já viu nascer 170 animais, dos quais 110 foram reintroduzidos na natureza.

A associação ADLO Pirineo destacou ainda o papel ecológico do lince como predador natural de coelhos, que constituem 90% da sua dieta, representando uma alternativa sustentável ao uso de venenos para controlar a sobrepopulação destes lagomorfos.

Em Portugal, o projeto é coordenado pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).

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