Conflitos e Conservação: Os Desafios da Coexistência com a Vida Selvagem em Portugal



Um recente ataque de lobos no concelho de Miranda do Douro, que resultou na morte de cinco ovelhas e dois cordeiros, intensificou o clima de revolta entre os pastores do Planalto Mirandês. Este foi o quinto ataque registado na zona em cerca de um mês e meio, somando-se a um total de 32 ocorrências na região desde 2024, com relatos também nos concelhos de Mogadouro e Vimioso.
Os produtores queixam-se de "avultados prejuízos" e afirmam sentir que estão "a trabalhar para alimentar os lobos", o que gera medo e desmotivação. Perante o que consideram ser uma "calamidade", os pastores dos concelhos afetados exigem a intervenção dos ministérios da Agricultura e do Ambiente para solucionar o problema, ameaçando avançar com "medidas de luta" caso nada seja feito. O Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) tomou conta da ocorrência, recordando que o lobo ibérico é uma espécie protegida em Portugal com o estatuto de "em perigo". Em resposta a esta problemática, foi apresentado em julho o Programa Alcateia 2025-2035, que prevê a revisão das indemnizações por ataques, aproximando-as dos valores de mercado, e conta com um orçamento de 3,3 milhões de euros para o corrente ano.
Numa outra vertente da conservação da vida selvagem, Portugal desenvolveu um plano de ação para proteger os polinizadores, como abelhas e borboletas, cujo declínio ameaça os ecossistemas e a agricultura. O projeto PolinizAÇÃO, financiado pelo Fundo Ambiental, culminou na criação do "Plano de Ação para a Conservação e Sustentabilidade dos Polinizadores de Portugal", que se encontra em consulta pública até 21 de novembro.
A iniciativa propõe 116 medidas focadas no conhecimento, sustentabilidade das práticas e educação.
O projeto entregou ainda ao ICNF uma proposta para um programa de monitorização e lançou o "Guia de Polinizadores de Portugal", procurando mobilizar a sociedade para a proteção destes seres vitais.
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