Venezuela no Palco Internacional: Entre o Apoio de Minsk e as Tensões com o Novo Chile



O presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, declarou que as portas do seu país estão abertas para acolher Nicolás Maduro, caso este decida abandonar a Venezuela devido à pressão internacional.
A oferta, divulgada pela agência de notícias bielorrussa BELTA após um encontro entre Lukashenko e o enviado da Casa Branca, John Cole, foi feita durante uma entrevista à Newsmax TV. Lukashenko, um aliado de Vladimir Putin, descreveu Maduro como um "tipo rijo", um "'Chavista'" e um "homem corajoso", afirmando que a possibilidade de exílio nunca foi discutida diretamente com o líder venezuelano.
Defendeu ainda o regime de Caracas contra as acusações de narcotráfico feitas pelos EUA, liderados por Donald Trump, argumentando que "não se derrota as drogas com mísseis". Este posicionamento de Lukashenko surge num contexto de negociações com os Estados Unidos. Após uma reunião de dois dias com John Cole, o governo de Minsk concordou em conceder indulto a 123 prisioneiros, incluindo figuras proeminentes da oposição, em troca da suspensão das sanções sobre o potássio bielorrusso.
Simultaneamente, a política externa venezuelana esteve em foco devido às eleições no Chile.
Nicolás Maduro reagiu à eleição do presidente de extrema-direita, José Antonio Kast, pedindo-lhe que "respeite os venezuelanos". Maduro comparou o programa político de Kast ao de Adolf Hitler e advertiu: "tome cuidado para não tocar num único fio de cabelo de um venezuelano". A reação foi motivada pela promessa de campanha de Kast de expulsar cerca de 340 mil migrantes sem documentos, na sua maioria venezuelanos. Em contraste, a oposição venezuelana saudou a vitória de Kast.
A laureada com o Nobel da Paz, María Corina Machado, e o candidato presidencial da oposição, Edmundo González, felicitaram o presidente eleito.
Machado expressou esperança de que contará com o apoio do novo governo chileno para "assegurar a transição ordenada para a democracia na Venezuela".
González, por sua vez, destacou que a jornada eleitoral chilena confirma a legitimidade democrática que nasce do voto e do respeito pelas regras.















