
Lula denuncia aos BRICS “chantagem tarifária” dos EUA e presença militar no Caribe



Durante uma cimeira virtual dos BRICS, o Presidente do Brasil, Lula da Silva, acusou os Estados Unidos de normalizarem a "chantagem tarifária" como um instrumento para conquistar mercados e interferir em assuntos domésticos de outros países.
Segundo o chefe de Estado, estas medidas, que classificou como extraterritoriais, ameaçam as instituições brasileiras e restringem a liberdade do país para fortalecer o comércio com nações amigas. As declarações surgem no contexto da imposição por parte dos EUA de tarifas de 50% sobre vários produtos brasileiros e de sanções a autoridades do Brasil, incluindo o juiz Alexandre de Moraes, relator do processo contra o ex-Presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Além da questão económica, Lula da Silva criticou a presença militar norte-americana no mar do Caribe, considerando-a um "fator de tensão incompatível com a vocação de paz da região". O Presidente brasileiro recordou que a América Latina e o Caribe são uma zona de paz desde a assinatura do Tratado de Tlatelolco em 1968, que proibiu o uso de armas nucleares na região. A crítica referia-se ao recente destacamento de oito navios militares com mísseis e um submarino de propulsão nuclear dos EUA em águas próximas da Venezuela, uma situação que aumentou a tensão após um ataque das forças norte-americanas a uma lancha que teria partido da Venezuela.
Na sua intervenção, Lula exortou os membros do BRICS a defenderem o multilateralismo "com uma só voz" em fóruns internacionais, especialmente nas Nações Unidas, afirmando que a estratégia do unilateralismo é "dividir para conquistar". Apelou ainda ao apoio do bloco para a ampliação do Conselho de Segurança da ONU, uma antiga aspiração brasileira.
O BRICS, criado em 2009, é composto por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irão, funcionando como um fórum de cooperação para o Sul Global.
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