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Venezuela em Tensão: Maduro Reestrutura Partido e Mobiliza Bases Perante Ameaça Externa

O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ordenou uma profunda reestruturação do partido do governo para se adaptar a novas formas de luta, num contexto de crescente tensão com os Estados Unidos e de forte apoio da oposição interna à estratégia norte-americana.
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Nicolás Maduro ordenou uma reestruturação da direção do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) durante uma sessão plenária extraordinária do congresso do partido.

A principal alteração consiste na redução do número de vice-presidências de 13 para sete, que passarão a ser designadas como "secretarias".

Segundo Maduro, o objetivo é criar uma "estrutura integrada simplificada" para sintetizar funções e aumentar a "eficácia política" a nível nacional, regional e municipal.

A missão de liderar esta reestruturação foi atribuída a Diosdado Cabello, atual ministro do Interior e da Justiça e vice-presidente do PSUV. Para além da alteração na cúpula do partido, o Presidente venezuelano ordenou a criação de novas estruturas de base para a "defesa da pátria". Foi determinada a formação de 264.000 "Comités Bolivarianos de Base" ao nível das ruas e 47.000 "Comandos Bolivarianos de Comunidades".

Estas novas instâncias têm como tarefa a preparação para a defesa e a organização das "famílias revolucionárias, bolivarianas, socialistas".

Esta medida sucede à criação, em setembro, de 5.336 comunas para formar a "Unidade Comunal Miliciana de Combate", com o propósito de defender a soberania nacional. Estas movimentações internas ocorrem num cenário de crescente tensão com os Estados Unidos, que enviaram tropas e navios de guerra para águas caribenhas próximas da Venezuela, alegadamente para combater o narcotráfico.

Neste contexto, a líder da oposição, María Corina Machado, laureada com o Prémio Nobel da Paz de 2025, manifestou o seu apoio à estratégia do Presidente norte-americano, Donald Trump.

Machado afirmou que "Maduro começou esta guerra" e "Trump está a terminá-la", considerando que o Presidente venezuelano não é um chefe de Estado legítimo, mas sim "o chefe desta estrutura narcoterrorista". Perante o receio de uma ação dos EUA, Maduro terá também incentivado os venezuelanos a denunciarem-se entre si através de uma aplicação, o que gerou alertas por parte de opositores e grupos de defesa dos direitos humanos.

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