Nobel da Paz a Machado Acentua Divisão Venezuelana e Desperta Reações Globais



A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, foi galardoada com o Prémio Nobel da Paz, um evento que acentuou as tensões políticas dentro e fora da Venezuela.
Devido a uma fuga arriscada do país, que a manteve escondida durante 11 meses, Machado não conseguiu chegar a tempo à cerimónia de entrega em Oslo.
Em seu nome, a sua filha, Ana Corina Sosa, recebeu o prémio e aproveitou a ocasião para apelar ao presidente Nicolás Maduro que abandone o poder e permita a realização de eleições democráticas.
Embora tenha falhado a cerimónia, o Instituto Nobel confirmou que María Corina Machado chegou em segurança a Oslo.
A sua primeira aparição pública ocorreu esta quinta-feira, ao lado do primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Store.
Nas suas declarações, Machado dedicou o prémio ao povo da Venezuela e a todos os que lutam pela liberdade, manifestando a sua convicção de que "a Venezuela será livre" e poderá tornar-se um "farol de democracia".
Garantiu ainda que levará o galardão para o seu país.
A atribuição do prémio motivou reações diametralmente opostas.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, já tinha felicitado Machado em outubro, descrevendo-a como uma "defensora da democracia" e uma "voz de unidade".
Após o evento, o seu porta-voz adjunto, Farhan Haq, classificou como "inaceitável" qualquer ameaça contra a laureada, reforçando a necessidade de proteger os defensores dos direitos humanos na Venezuela.
Em contraste, o presidente Nicolás Maduro reagiu com escárnio.
Horas após a cerimónia, liderou uma marcha nas ruas de Caracas onde atacou a sua opositora, acusando-a de manchar o prémio Nobel com "sangue e guerra".











