MÃE DE MANUEL MARIA TRINDADE RESPONDE AOS COMENTÁRIOS DE ÓDIO SOBRE A MORTE DO FILHO

Manuel Maria Trindade, um forcado de 22 anos do grupo Amadores de São Manços, em Évora, morreu no seguimento de uma colhida por um touro na Praça de Touros do Campo Pequeno, em Lisboa. O jovem embateu com violência nas tábuas da arena na noite de sexta-feira, tendo sido transportado para o Hospital de São José, onde viria a falecer no sábado de manhã. Na mesma noite, um espetador de 73 anos, médico ortopedista, sentiu-se mal após assistir ao incidente e acabou também por morrer no Hospital de Santa Maria, onde lhe foi diagnosticado um aneurisma na aorta.

A morte do jovem forcado gerou uma onda de reações nas redes sociais, dividindo opiniões e intensificando a discussão sobre a cultura tauromáquica.

Entre as vozes críticas destacou-se a do partido PAN, que descreveu as touradas como uma "barbaridade" e apelou ao seu fim. Em resposta ao que descreveu como "aplausos, risos e regozijos" pela morte do seu filho, a mãe, Alzira Trindade, publicou uma carta aberta na rede social Facebook, dirigida ao PAN e aos seus seguidores. Na sua mensagem, Alzira Trindade defendeu o filho, afirmando que este sempre gostou de animais e que os forcados "nunca fizeram mal a um touro, lidavam com ele com arte". Questionou por que motivo não existem críticas semelhantes a outros desportos considerados perigosos, como a Fórmula 1 ou o boxe, que também colocam em risco a vida dos praticantes, que descreveu como "animais racionais". De forma emotiva e irónica, a mãe do forcado revelou que o filho foi dador de órgãos e que iria "ajudar a salvar sete vidas".

Concluiu a sua carta dirigindo-se aos críticos, afirmando que Manuel "vai continuar vivo em sete pessoas para vos incomodar".