Governo anuncia compra de 36 comboios regionais e relança concurso para a alta velocidade

O Governo português anunciou um reforço significativo no investimento ferroviário, com a encomenda de mais 36 comboios regionais e o relançamento do concurso para um troço da linha de alta velocidade, marcando um passo decisivo na modernização da rede nacional.

O Governo deu um novo impulso à modernização da ferrovia nacional ao anunciar a negociação para a aquisição de mais 36 comboios regionais para a CP.

Este novo lote junta-se a uma encomenda anterior de 22 unidades, feita em 2020 à Stadler, e visa renovar uma frota envelhecida, cujo material circulante mais recente tem mais de 40 anos.

Durante a apresentação do primeiro dos 22 comboios já encomendados, no Entroncamento, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, classificou o momento como "histórico".

As novas automotoras são bimóveis, podendo operar com eletricidade ou diesel, o que lhes permite circular em linhas ainda não eletrificadas, garantindo a continuidade do serviço durante o processo de modernização da rede.

Paralelamente, foi aprovado o relançamento do concurso para a segunda Parceria Público-Privada (PPP) da linha de alta velocidade Porto-Lisboa, referente ao troço entre Oiã e Soure.

A decisão surge após o primeiro concurso ter ficado deserto.

O Governo otimizou o traçado, reduzindo a extensão em cerca de 11 quilómetros, e manteve o valor base do procedimento em 1,6 mil milhões de euros, com um investimento total previsto de 2,4 mil milhões.

O ministro Miguel Pinto Luz confirmou que a estação de Coimbra se manterá em Coimbra-B e espera que o contrato seja assinado até 2027.

Foi também autorizado o concurso para os sistemas de sinalização (ERTMS) para a nova linha e para a Linha do Norte. A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, sublinhou a importância destes investimentos para a sustentabilidade e a transição verde.

O setor dos transportes é responsável por 34% das emissões de gases com efeito de estufa em Portugal, e o objetivo do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC 2030) é reduzir estas emissões em 40% até 2030, face a 2005.

A aposta na ferrovia, financiada por fundos como o PRR e o Programa Sustentável 2030, é vista como crucial para atingir esta meta e criar uma alternativa viável ao transporte individual.