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Aumento da Violência de Filhos contra Pais em Portugal

A violência de filhos contra pais é um fenómeno crescente em Portugal, com mais de 2.800 progenitores a procurar ajuda junto da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) nos últimos três anos, revelando uma realidade muitas vezes silenciada.
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Entre 2022 e 2024, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) prestou auxílio a mais de 2.800 pais que foram vítimas de violência por parte dos seus filhos, o que representa um aumento de 27,1% neste período. Os dados revelam uma subida constante no número de casos reportados, passando de 815 em 2022 para 962 no ano seguinte e atingindo os 1.036 em 2024.

Em média, a APAV apoiou 2,6 vítimas por dia.

O perfil da vítima traçado pela APAV indica que, na sua maioria, são mulheres (79,7%), com 65 anos ou mais (58,3%).

Por outro lado, os agressores são predominantemente homens (69%), com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos (62,8%).

A esmagadora maioria das agressões (96,8%) é cometida por um único filho ou filha.

Estes atos de violência inserem-se maioritariamente no contexto de violência doméstica, que representa 82,3% dos 5.654 crimes e formas de violência registados para estas vítimas. Segundo Cynthia Silva, criminóloga na APAV, apesar do aumento de pedidos de ajuda, existe uma elevada percentagem de casos que permanecem no silêncio, com 48% das situações a não resultarem em queixa formal às autoridades. Este silêncio é atribuído a sentimentos de vergonha e culpa por parte dos pais, ao medo de retaliações, ao desejo de proteger os filhos das consequências legais e à vontade de manter uma imagem de harmonia familiar.

A dependência económica ou emocional também pode ser um fator.

A especialista alerta ainda para a "vitimação continuada", referindo que muitas pessoas só procuram ajuda profissional após dois ou três anos de sofrimento.

Sendo a violência doméstica um crime público, a própria APAV pode apresentar queixa, embora a associação prefira que a iniciativa parta da vítima, com o seu apoio.

Cynthia Silva defende a necessidade de mais estruturas de acolhimento, mas reconhece a dificuldade em convencer as vítimas a saírem das suas residências.

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