
Desafios do Mercado de Trabalho em Angola



Em 2024, a taxa de desemprego em Angola situou-se nos 31,5%, afetando 5,6 milhões de pessoas, com maior incidência no meio urbano (34,3%) do que no rural (26,4%). A juventude é a mais penalizada, com 82,8% dos desempregados a terem entre 15 e 34 anos; na faixa etária dos 15 aos 24 anos, a taxa de desemprego atinge os 57,7%. Apesar de uma elevada taxa de atividade de 90%, o mercado é dominado por empregos de baixa qualidade e informais. A estrutura do emprego revela uma forte dependência do setor primário (agricultura, caça e pesca), que absorve 46,6% da mão-de-obra, seguido pelo setor terciário com 45,3% e uma fraca representação da indústria (8,2%).
A informalidade é um traço dominante, com quase 80% dos trabalhadores sem contrato formal, um número que sobe para 93% entre os jovens.
Adicionalmente, 62,4% dos contratos são apenas verbais.
A maioria dos angolanos trabalha por conta própria (44,6%), enquanto apenas 18,9% estão no setor privado e 8,5% no setor público.
Um estudo do Centro de Investigação Económica da Universidade Lusíada Angola (Cinvestec), baseado em dados recolhidos entre 2020 e junho de 2024, expõe desigualdades salariais gritantes, onde os salários mais altos podem ser até 340 vezes superiores aos mais baixos. No topo da pirâmide salarial encontram-se os diretores-gerais, com vencimentos que podem chegar aos 17 milhões de kwanzas (cerca de 18.600 euros), enquanto na base estão profissões como o pessoal de limpeza, com cerca de 131 mil kwanzas (144 euros). O mesmo estudo, apesar de se basear numa amostra reduzida, aponta para um desfasamento entre a oferta e a procura de trabalho, com poucas vagas para um elevado número de candidatos.
As micro e pequenas empresas, embora sejam importantes criadoras de emprego, enfrentam dificuldades em pagar salários competitivos. O Cinvestec conclui que, embora o mercado de trabalho angolano esteja em transformação, continua a ser marcado por fortes desigualdades e um défice de oferta de emprego.
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