Parada Militar do 25 de Novembro: Marcelo Vê um 'Regresso ao Passado' Pós-Revolucionário



O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que a decisão de assinalar o aniversário do 25 de Novembro com uma parada militar representa um "regresso ao passado", reavivando as práticas dos anos que se seguiram à revolução. Falando aos jornalistas no Campus de Carcavelos da Universidade Nova de Lisboa, o chefe de Estado sublinhou que esta iniciativa retoma uma prática que não acontecia desde a presidência de Ramalho Eanes. Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, a realização de paradas militares no 25 de Novembro foi uma constante durante os dois mandatos do Presidente Ramalho Eanes. A prática foi, no entanto, interrompida durante a presidência de Mário Soares, devido a questões de calendário com a sessão parlamentar evocativa da data.
Assim, a reintrodução da cerimónia militar é, na sua ótica, uma forma de "reavivar aquilo que se fazia nos anos imediatamente seguintes ao fim da revolução".
Questionado sobre a equiparação das comemorações do 25 de Novembro às do 25 de Abril, o Presidente afirmou que essa aproximação já tem vindo a acontecer. Referiu que, no ano passado, a sessão solene na Assembleia da República dedicada ao 25 de Novembro "foi praticamente equiparada" à do 25 de Abril. Com a introdução da parada militar, que no ano anterior se realizou para o 25 de Abril, a equiparação estende-se agora também a este plano. Há um ano, o chefe de Estado já tinha defendido que não existe contradição entre as duas datas, embora qualificando o 25 de Abril como "a data maior".
O Presidente adiantou ainda alguns detalhes sobre a cerimónia, indicando que a parada militar terá lugar no Terreiro do Paço, em Lisboa, e será realizada "sem discursos".
A sua duração estará condicionada pela cerimónia que decorrerá na Assembleia da República.
Os acontecimentos de 25 de Novembro de 1975 marcaram o fim do Período Revolucionário em Curso (PREC), com a vitória da ala moderada do Movimento das Forças Armadas.













