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Análise de Marcelo Rebelo de Sousa à Postura de Donald Trump na ONU

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, analisou a postura do seu homólogo norte-americano, Donald Trump, em relação às Nações Unidas, destacando uma dissonância entre o discurso radical para o seu eleitorado e uma prática mais moderada.
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Após discursar na 80.ª sessão da Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, partilhou com os jornalistas a sua análise sobre a postura do Presidente norte-americano, Donald Trump.

Para o chefe de Estado português, Trump mantém uma dualidade caraterística: um "discurso muito radical" destinado ao seu eleitorado, tanto interno como externo, e uma prática "mais suave" e pragmática, inclusive na sua relação com as Nações Unidas.

Esta distinção ficou evidente após a reunião de Donald Trump com o secretário-geral da ONU, António Guterres. Apesar de, no seu discurso matinal na Assembleia Geral, ter atacado duramente a organização — acusando-a de ineficiência na resolução de guerras, de promover a imigração ilegal e de mentir sobre a crise climática —, Trump declarou mais tarde a Guterres o seu apoio a "100%" à ONU, considerando o seu potencial "incrível". De forma significativa, não anunciou novos cortes financeiros, apesar de os cortes decretados anteriormente terem gerado um grave problema orçamental na organização.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, isto prova que "uma coisa é o valor facial do que ele diz, outra coisa é a prática do que ele faz".

Segundo o Presidente português, a retórica de Trump é "muito televisiva", fruto da sua experiência em "showbiz", e serve para mobilizar eleitorados com a mesma linha de pensamento. Contudo, na prática, Trump tem a "noção exata de que não tem peso suficiente para sozinho resolver os grandes conflitos", como os da Ucrânia e do Médio Oriente, que, segundo Marcelo, não foram resolvidos por ele. António Guterres, por sua vez, considerou os Estados Unidos "essenciais" para a ONU e elogiou o trabalho de Trump pela "paz". Marcelo Rebelo de Sousa inseriu esta análise num contexto geopolítico em mudança, com a emergência de um "G3" (Estados Unidos, China e Rússia) e o crescente peso de outras nações como a Índia, o Brasil e o Japão.

Considerou ainda que a Assembleia Geral pode ganhar importância se o Conselho de Segurança continuar bloqueado por vetos, uma realidade que Trump parece compreender, influenciando a sua abordagem mais pragmática para além das declarações proclamatórias.

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