Brasil recebe certificação da OMS por eliminar a transmissão do VIH de mãe para filho



A Organização Mundial da Saúde (OMS) validou oficialmente a eliminação da transmissão vertical do VIH no Brasil, que ocorre da mãe para o filho durante a gravidez, parto ou amamentação. O marco foi celebrado numa cerimónia em Brasília que contou com a presença do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e do diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, participou por vídeo, classificando o feito como "um grande feito em saúde pública para qualquer país, especialmente para um país tão grande e complexo como o Brasil". Para obter a certificação, o Brasil cumpriu todos os critérios rigorosos da OMS, incluindo a redução da taxa de transmissão vertical para menos de 2%. Além disso, alcançou uma cobertura superior a 95% nos cuidados pré-natais, nos testes de rotina para o VIH em gestantes e no tratamento atempado para grávidas que vivem com o vírus.
A OMS destacou ainda a qualidade dos serviços prestados a mães e bebés, a robustez dos sistemas de dados e laboratórios, e um forte compromisso com os direitos humanos e a igualdade de género. O sucesso brasileiro é atribuído ao compromisso de longa data com o acesso universal e gratuito aos serviços de saúde através do Sistema Único de Saúde (SUS), sustentado por uma rede sólida de cuidados primários. Winnie Byanyima, diretora executiva do ONUSIDA, elogiou o Brasil por ser o primeiro país com mais de 100 milhões de habitantes a atingir esta meta, sublinhando a importância de políticas como a proteção dos direitos humanos e a quebra de monopólios para garantir o acesso a medicamentos. Este feito posiciona o Brasil como um exemplo na região das Américas, onde, na última década, foram evitadas mais de 50.000 infeções pediátricas por VIH.















